

A identidade dos antigos Gols
aparece em detalhes de estilo, mas o carro é todo novo e tem um desenho
atraente e que transmite solidez


A caída da traseira em dois
níveis o diferencia do Fox, Polo e Golf; a frente é que ficou mais longa
que o necessário para motor transversal |
Há 21 anos o Gol é o carro mais vendido do mercado brasileiro, embora
entre os fabricantes a Volkswagen tenha perdido a liderança para a Fiat
há tempos. Mas essa vantagem do Gol vinha diminuindo ano a ano, sinal
claro de que os concorrentes avançavam e de que, por mais que o Gol
tivesse atributos como robustez e confiabilidade, eles já não pareciam
suficientes para segurar por muito tempo a posição ocupada. Tendo isso
em vista, a VW decidiu se mexer e reformulou totalmente o carro.
Do modelo antigo (que permanece à venda em versão básica), só o nome
ficou. Mudou tudo — plataforma, suspensão, desenho, interior, motor e até
mesmo sua posição. É de fato uma nova geração, a terceira desde 1980 (saiba
por que não é a quinta). Mais até que no lançamento da segunda, em
1994, quando a mecânica foi mantida. A VW adota agora em seu carro de
entrada uma plataforma derivada da PQ24, a mesma do Polo e do Fox.. Com
isso, veio a reboque a colocação do motor na posição transversal,
conferindo um comportamento todo novo ao veículo e também a
possibilidade de reduzir o comprimento da frente, além de aumentar a
segurança em caso de colisão frontal.
Oferecido por enquanto apenas na configuração de cinco portas, o novo
Gol chega em três opções de acabamento. A versão básica, disponível com
motores de 1,0 e 1,6 litro, traz banco do motorista e cintos de
segurança com regulagem de altura, controle interno dos retrovisores e
pára-choques na cor do veículo e parte de R$ 28.890 e R$ 32.290,
conforme o motor. Pode ser agregado o pacote Trend, que adiciona
conta-giros, detalhes internos cromados, porta-objetos nas portas,
faróis com duplo refletor, rodas de aço
de 14 pol com pneus 175/70 (inéditos no Gol), chave do tipo canivete e
revestimento diferenciado dos bancos, fazendo com que o preço passe a R$
29.825 e R$ 33.235, na ordem.
A terceira opção é a Power, só com motor 1,6, que parte de R$ 36.420 e
traz equipamentos de série como faróis com duplo refletor, faróis e
lanterna de neblina, frisos laterais na cor do carro com aplique
cromado, grade dianteira inferior com detalhe cromado, lanternas
traseiras escurecidas, rodas de aço de 15 pol, direção assistida,
limpador/lavador e desembaçador do vidro traseiro, chave canivete e
preparação para sistema de áudio.
Os principais opcionais, como ar-condicionado, rodas de alumínio,
controle elétrico dos vidros e travas, computador de bordo e dois
modelos de rádio, podem ser escolhidos em qualquer versão. Novidade é o
retorno das opções de bolsas infláveis frontais e freios com sistema
antitravamento (ABS), que haviam sido abolidas no "Geração 4".
Contraste
O Gol traz o desenho da frente inspirado nos mais recentes lançamentos
do grupo, em especial o utilitário esporte compacto
Tiguan, com faróis de perfil mais
afilado. A grade, bem maior que a dos modelos anteriores, compõe com as
linhas do capô o "V" que identifica os últimos modelos da marca. Um fato
curioso é a frente continuar pronunciada, com muito volume à frente do
eixo, como se o motor ainda fosse longitudinal. O
coeficiente aerodinâmico (Cx) declarado é
adequado, 0,34.
A lateral possui alguns vincos e tem como pontos de destaque o desenho
do corte da tampa traseira. Para manter a identidade do Gol, seguiu-se a
escola de fazer uma caída mais suave e em duas etapas. Nota-se ali uma
diferenciação dos demais modelos hatch da linha, que têm caída reta e
abrupta, como o Polo e o Golf.
Continua |