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O painel de material macio tem desenho inspirado em celulares, mas um deles não pode ser conectado ao sistema de áudio sem interface

Inesperados em um Ford, os bancos têm amplo apoio lateral; o espaço no banco traseiro é modesto e o do porta-malas, 440 litros, competitivo

Entre os instrumentos de fácil leitura, o computador de bordo que indica consumo em litros por 100 km; as maçanetas depõem contra o interior

Então nosso carro é o mesmo do mercado mexicano? Não. Primeiro, porque o SE deles (e toda a linha nos EUA) já traz controle de estabilidade, item de segurança não oferecido por aqui — nem no Focus, aliás. Segundo, que o motor Sigma de 1,6 litro usado na América do Norte (embora feito aqui em Taubaté, SP assim como a caixa de câmbio) usa variação do tempo de abertura das válvulas. Na versão para o Brasil esse recurso foi abolido em favor do motor flexível, mas sem variação já conhecido no Focus. E terceiro, que aqueles mercados podem ter a moderna caixa de câmbio Powershift manual automatizada de seis marchas e dupla embreagem, ainda sem previsão de chegar aqui.

É um ponto que merece atenção da Ford, pois a nosso ver a falta de uma caixa automática ou automatizada pode limitar muito suas chances diante do City. Nos EUA, onde tem sido muito elogiada pela imprensa, o custo adicional é de apenas US$ 1.070. Questionada também sobre a versão hatch, já à venda aos norte-americanos, a empresa diz que não há planos pois "o segmento de compactos premium está concentrado em sedãs". Na prática ele seria uma interessante alternativa no segmento de Punto e Fit, mas talvez fosse mais difícil para a marca evitar uma competição interna com o Focus — a separação é mais clara entre os sedãs, dado o perfil mais conservador deste último e a ausência de versão de 1,6 litro para ele.

Ao ver o novo Fiesta, a primeira impressão é de que o conceito de desenho Kinetic (cinético, ou seja, que passa sensação de movimento) foi levado a extremos. Há traços fortes e vincos marcantes por toda a carroceria, como os que definem as laterais do capô, deixando os faróis (de duplo refletor e superfície complexa) com o ar de olhos ameaçadores; outros deles passam pelas maçanetas e pela parte inferior das portas. O segundo aspecto que chama atenção é a altura das laterais, tendência atual que deixa os vidros das portas traseiras pequenos e transmite robustez, mas faz as rodas parecerem menores. A grade cromada, no Brasil, não é acompanhada pelas molduras dos faróis de neblina (compostos de leds) no mesmo acabamento, que vêm só na versão de topo SEL. As lanternas traseiras foram inspiradas nas do Mondeo atual, assim como as do Fiesta sedã anterior lembram as do Mondeo de sua época. O bocal do tanque não tem tampa, como no Renault Mégane.

Mais compacto que premium   O interior tem aspecto moderno, em oposição ao ar tradicional adotado no novo Focus, o que deve ajudar na diferenciação entre os sedãs. Os destaques são os instrumentos em dois grandes módulos e a seção central do painel, em que o aparelho de áudio (inspirado, segundo a Ford, no teclado dos telefones celulares) combina-se aos difusores de ar para lembrar a forma de um par de asas. A exemplo do Focus, o material macio da cobertura do painel contrasta com o plástico duro das portas — que usam maçanetas de aspecto um tanto pobre — e do áspero volante. Não foi possível ver o interior revestido em tecido, pois todos os carros traziam o de couro (preto e com costuras claras), caso em que as portas recebem aplique macio em vinil na região de apoio do braço.

Se há algo nesse interior que rompe tradições na marca, são os intensos apoios laterais dos bancos dianteiros, que seguram bem o corpo nas curvas e podem até incomodar os mais corpulentos. A posição de dirigir é confortável, mas não o ajuste de reclinação do encosto, feito em pontos predefinidos por uma alavanca apertada junto à coluna central. O banco, firme, pode ser regulado também em altura e poderia ficar mais baixo no nível inferior. O quadro de mostradores, de fácil leitura e iluminado em branco, traz o computador de bordo, que informa consumo em litros por 100 quilômetros (deveria ser em km/l), e não há termômetro do motor, dentro da tendência atual.

Nota-se que esse Fiesta foi feito para o mercado norte-americano em detalhes como o limpador de para-brisa com ajuste de intervalo, os três porta-copos (já o espaço para objetos poderia ser melhor), os comandos de ar-condicionado um pouco estranhos (ele desliga-se pelo botão de escolha da direção do ar, não pelo da rotação do ventilador), a advertência no retrovisor direito e a possibilidade de usar o padrão inglês no computador de bordo, em vez do métrico. Outro traço da origem, este lamentável, é o retrovisor esquerdo com lente plana e campo visual insuficiente, logo em um dos modelos que — em 1996 — introduziram na produção nacional a lente convexa. Deveria ser revisto com urgência.

Há conveniências como quatro luzes de leitura e luzes de direção ideais para mudança de faixa, em que um leve toque as faz piscar três vezes. Por outro lado, esperávamos encontrar faixa degradê no para-brisa, que nem a versão dos EUA tem. Outras faltas são interface Bluetooth para celular, conexão USB no sistema de áudio (há apenas a auxiliar para MP3), iluminação nos para-sóis, ajuste elétrico de altura dos faróis, luzes de neblina à frente e atrás e repetidores de luzes de direção. Continua

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