Fiesta morna

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Novo na frente e o mesmo por trás, por dentro e por baixo do capô,
Fiesta 2011 mostra como é difícil a missão de mudar sem gastar

Texto: Geraldo Tite Simões - Fotos: divulgação

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Mesmo com as mudanças em lanternas e para-choque traseiros, o sedã mostra dissonância entre a frente arredondada e o conjunto retilíneo

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Pesquisas indicaram que a traseira do hatch dispensava alterações; o Fly (à esquerda) vem com máscara negra nos faróis; o Pulse, cromada

Não é uma tarefa fácil: mexer em um carro, dando-lhe ar atualizado, sem investir muito dinheiro. Mesmo assim a Ford conseguiu alterar a cara (literalmente) do Fiesta para 2011, nas versões hatch e sedã, mantendo os preços sugeridos. Houve uma época na qual a indústria acrescentava — ou tirava — um friso a pretexto de chamar de “nova linha” e aumentava em 10% o preço final. Hoje a pressão exercida pela concorrência faz com que os carros mudem e os preços permaneçam.

A versão básica, chamada Fly, traz como equipamentos de série travas elétricas com controle remoto, alarme, comando elétrico da tampa do porta-malas, ajuste de altura no banco do motorista, luz de cortesia com temporizador, conta-giros, aquecedor e desembaçador traseiro. Custa R$ 29.900 no hatch com motor de 1,0 litro, R$ 32.300 no hatch 1,6, R$ 33.500 no sedã 1,0 e R$ 35.950 no sedã 1,6. A versão Pulse adiciona acabamento diferenciado (com itens externos na cor da carroceria e painel central, maçanetas internas e anéis das saídas de ar em tom titânio), computador de bordo e faróis de neblina e passa a R$ 31.500 (hatch 1,0), R$ 33.950 (hatch 1,6), R$ 35.150 (sedã 1,0) e R$ 37.560 (sedã 1,6). O kit Class abrange ar-condicionado, direção assistida e controle elétrico dos vidros por R$ 5.250; bolsas infláveis frontais e sistema antitravamento (ABS) de freios custam R$ 2.000 no kit Segurança. Há ainda os kits Somma (ar-condicionado), Neo (controle elétrico dos vidros dianteiros), Performer (rodas de alumínio), Prestige (vidros elétricos e direção assistida) e My Connection (rádio/toca-CDs com MP3, entradas auxiliar e USB e interface Bluetooth), que totalizam 28 combinações na linha.

O Fiesta 2011 ganhou uma nova frente que tem dividido opiniões e ficou mais parecido com o Focus — em dose um pouco exagerada, digamos, mas mais atual. Realmente não é fácil a vida de desenhistas e projetistas, pois trabalham com o pessoal do financeiro controlando investimento de um lado e a turma do marketing implorando por novidade do outro. Assim, é essa a sensação que passa a linha 2011 do Fiesta: o carro mudou para permanecer igual, ou seja, disfarçar os oito anos de mercado dessa geração e competir contra modelos mais recentes. A projeção é de um aumento de 13% nas vendas das duas versões até o fim do ano. O que é um alívio para a turma do financeiro, pois a linha Fiesta responde por 40% do volume de vendas da Ford no Brasil — o que, traduzido para números, representou 115 mil unidades em 2009. Desse montante o hatch responde por 60%.

A nova frente da família garantiu um visual mais encorpado. Além da enorme tomada de ar em formato hexagonal (que lembra o ataque de uma raia gigante), montada abaixo de uma faixa fechada no lugar da antiga grade, os faróis de desenho bastante ousado foram colocados ainda mais nas extremidades. A Ford diz ter seguido a tendência mundial de maior proteção a um pedestre que venha a ser atropelado; além disso, parte do facho do farol pode ser visto lateralmente. Esses faróis, de duplo refletor como os antigos, ganharam máscara negra na versão Fly (voar, em inglês) e cromada na Pulse (pulsação, em inglês). Não ficaram apenas mais modernos: também mais eficientes porque oferecem 50% mais volume de luz e 24% a mais de alcance no facho alto. Tivemos a chance de experimentá-los nas ruas de Buenos Aires, local do lançamento à imprensa, e eles mostraram eficiência.

O novo desenho está dentro do conceito Kinetic (que vem de cinematismo), que remete a uma sensação dinâmica mesmo quando o carro está parado, segundo a Ford. Se ficou bom? O leitor pode julgar por si mesmo, mas não há como negar que as linhas arredondadas da frente contrastam com o restante da carroceria, baseado em traços retos e ângulos marcados. A versão hatch não teve mudanças significativas na parte traseira. A fábrica justifica que as mudanças foram feitas baseadas em pesquisas com donos de Fiesta, nas quais não houve críticas à traseira do hatch. Mas no sedã as lanternas são novas, com lentes transparentes e seções cromadas, de certa forma lembrando as do Fusion fabricado até 2009. A tampa do porta-malas teve uma sutil mexida, com uma régua mais larga e o logotipo Ford maior. As rodas também têm novo desenho. Por dentro, a iluminação branca do painel agora é permanente. Isso pode fazer algum motorista distraído sair com os faróis apagados no começo da noite, mas foi colocado um led de advertência de luzes acesas. Continua

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Lentes transparentes e detalhes cromados dão um aspecto de Fusion antigo às lanternas do sedã; a Ford divulga maior eficiência nos novos faróis

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Data de publicação: 26/4/10

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