


Estabilidade, espaço interno e a
precisão dos comandos permanecem atributos do Fiesta, mas o desempenho
da versão 1,0 é insatisfatório |
Bancos e portas estão com nova forração em tecido e o porta-objetos do
console ficou maior. Ainda no painel, a grafia mudou e surge um alerta
programável para excesso de velocidade
—
um aviso sonoro
toca quando se ultrapassa o limite ajustado. Outra nova função é o
alerta de manutenção programada, que informa quando está na hora da
revisão e se foi detectado algum problema no sistema de emissões (o que
passará a ser obrigatório em todos os automóveis em breve). As novidades
interiores terminam com um novo tecido no teto.
No geral, são mudanças que não transformaram radicalmente a linha, mas deram aquela pitada suficiente de atualização para buscar os
almejados 13% a mais nas vendas. Como curiosidade, em termos regionais,
em São Paulo o Fiesta vendeu mais que o Mille em 2009 e no Rio de
Janeiro ultrapassou os números de vendas de Palio e Corsa juntos.
O que faz do Fiesta um veículo bem sucedido é uma combinação de desenho
jovial, dirigibilidade e conforto, além da relação custo-benefício
interessante. No teste na Argentina foi possível comprovar mais uma vez
que, dentro da categoria, ele oferece certo prazer de dirigir com o
câmbio de engates muito macios e precisos, embora com curso longo,
combinado a uma posição de dirigir confortável e ao espaço interno e de
bagagem acima da média da classe. O motor Zetec Rocam flexível de 1,0 e
1,6 litro não tem novidades, pois a pequena queda de potência havia sido
feita com discrição já em 2009 para atender a normas de emissões
poluentes mais rigorosas. Tem como característica o funcionamento suave
e silencioso e, no caso do segundo, um desempenho muito agradável — o
que não pode ser dito do 1,0, um tanto fraco para o peso do carro. Os
tempos divulgados para a aceleração de 0 a 100 km/h, quase 20 segundos,
comprovam a paciência que o motorista precisa ter — e nem por isso terá
menor consumo que o do Fiesta 1,6. Não fosse o benefício tributário
(menor Imposto sobre Produtos Industrializados, IPI) que leva a menor
preço e motiva muitos compradores, essa incoerente versão certamente nem
teria existido.
A pergunta menos respondida no evento foi com relação ao novo carro que
a Ford pretende lançar no fim de 2010, para concorrer na faixa pouco
acima dos pequenos, como a de Fiat Linea e Honda City. Sabe-se que se
trata da nova geração do Fiesta (leia
segredo), lançada em 2007 na Europa e este ano nos Estados Unidos,
que começa a ser produzida no México e de lá será trazida sem Imposto de
Importação. A Ford, naturalmente, não confirma. O nome pode ser outro no
Brasil, pois ele não é um substituto imediato do atual Fiesta, que
continua em linha. Junto do novo EcoSport em 2012 —
fabricado em Camaçari, Bahia —, promete um futuro bem agitado para a
Ford. |