




Grade, nome no capô, barras de
teto, quadro de instrumentos: poucas mudanças visuais no FreeStyle, hoje
a versão mais vendida da linha |
Dentro da conhecida máxima do futebol de que "não se mexe em time que
está ganhando", a Ford apresenta o modelo 2011 do EcoSport — primeiro
carro no mercado com tal antecipação este ano — com o que ela chama de
"pequenas mudanças externas, mas algumas importantes alterações
invisíveis". São apenas leves retoques no utilitário esporte lançado em
2003 e que passou por uma remodelação visual no
modelo 2008, quando também melhorou em
aspecto interno. Em quase sete anos a Ford atingiu a marca de meio
milhão de unidades vendidas.
Entre as novidades não visíveis estão o aumento do prazo de garantia de
um para três anos e a redução média de preço para todas as versões, que
são as mesmas de antes — XL, XLS, FreeStyle, XLT e 4WD, com motores
Zetec Rocam de 1,6 litro e Duratec de 2,0 litros, ambos flexíveis. Já na
categoria das mudanças visíveis, na parte externa, estão a máscara negra
nos faróis (versões Freestyle e 4WD), a grade dianteira com três lâminas
inspirada na do Edge, logotipo EcoSport na parte frontal do capô (exceto
no XL e no XLS), retrovisores em duas cores, novas barras de teto e logo
do modelo gravado em relevo nas molduras laterais. As rodas têm novos
desenhos e padrão de cores. O nome no capô tem a curiosidade de criar
uma tardia semelhança com os modelos da Land Rover, marca que não
pertence mais ao grupo Ford desde 2008.
Na parte interna as novidades são o painel com nova grafia dos
instrumentos, mais informações (porta aberta, faróis ligados e
manutenção programada) e iluminação permanente. Os bancos receberam
novos revestimentos, tanto na opção de tecido quanto na de couro, e na
versão XLT com caixa automática foi adicionado um apoio para o pé
esquerdo. Do XLS para cima, a chave é do tipo canivete com funções
integradas de abertura e fechamento das portas. O FreeStyle e o XLT 1,6
passam a vir de série com computador de bordo e controles do sistema de
áudio junto ao volante, que é revestido em couro no FreeStyle.
Como a mecânica continua com as características inalteradas, a avaliação
realizada em Maceió, AL só poderia confirmar que o EcoSport permanece o
mesmo. Tem bom comportamento dinâmico, embora pudesse ser mais
confortável ao rodar, e o motor de 1,6 litro com que o dirigimos mostra
desempenho discreto, mas suficiente. Confirmando o que a Ford destaca
sobre a satisfação dos clientes com as evoluções já aplicadas ao modelo,
o nível de ruído interno — ponto crítico dos primeiros "Ecos" — está
mais adequado, apesar da simplicidade dos materiais do acabamento.
Expressivas são as reduções na tabela de preços, que podem chegar a R$
3.000 dependendo da versão. Claro que são valores sugeridos, uma vez que
o mercado está praticando descontos que podem trazer os valores ainda
mais para baixo. A versão FreeStyle 1,6, mesmo com novos itens de série
(que se somam a ar-condicionado, conjunto elétrico, rodas de alumínio e
rádio/toca-CDs com MP3), sai por R$ 57.190, ou seja, R$ 1.490 menos que
o modelo 2010. Por R$ 1.000 a mais passa-se ao XLT 1,6 com bolsas
infláveis frontais, a R$ 58.190, mas é preciso abrir mão dos detalhes
estéticos do FreeStyle. Nessa versão a redução de preço foi de R$ 2.200.
O XLT 1,6 com sistema antitravamento (ABS) de freios e bancos de couro
custa R$ 60.190. Nas versões com motor 2,0-litros a redução de preços
chega a superar R$ 3.000. O FreeStyle está por R$ 59.480 (R$ 2.480
menos), o XLT automático com bolsas infláveis e ABS a R$ 60.910 (no
modelo anterior, R$ 63.970) e a versão 4WD, com tração integral, a R$
61.880 (eram R$ 64.960).
O lançamento de uma linha 2011 com tanta antecipação pode significar uma
forma de se preparar para a concorrência do Hyundai Tucson, que tem
previsão de se tornar nacional nos próximos meses. O aumento da garantia
e a política de tabelar os valores de revisão são golpes certos em um
dos grandes fatores de refração ao Tucson: o custo de manutenção. Mas o
evento realizado em Maceió, AL também deixou no ar uma sensação de
“mandato-tampão”, para usar uma analogia eleitoral. Com sete anos de
produção sem profundas mudanças, esta pode ser uma forma de dar
sobrevida ao modelo enquanto se espera um EcoSport efetivamente novo,
previsto para 2012. |