

No interior, painel mais
tradicional e recursos como áudio acionado por voz, porta-objetos
central e ar-condicionado com duas zonas de ajuste



A direção permite escolha entre
três níveis de firmeza; as rodas agora são de 16 pol com pneus 205/55
tanto no GLX (em cima) quanto no Ghia |

O sedã ganhou em harmonia
na traseira, embora as lanternas lembrem
as de outros carros da categoria. Seria bem mais interessante se a Ford
tivesse se inspirado no novo Mondeo. As rodas passaram de 15 para 16 pol
em ambas as versões, com desenho mais esportivo na GLX e clássico na
Ghia. Um ganho
para o mercado argentino,
mas infelizmente não o brasileiro, está nos faróis baixos com refletor
elipsoidal: a empresa optou por não os
oferecer aqui por questão de custos, pois são parte de um pacote com
facho autodirecional (embora sem
lâmpadas de xenônio) e acendimento
automático. Quem sabe mais adiante? No conjunto, a segunda geração do
Focus pode não causar o impacto que a primeira
teve há oito anos, mas mostra condições de agradar à maioria.
O interior assume formas mais comportadas, sem o desenho em "Z" do
painel, mas conserva a forma oval dos difusores de ar. Nota-se aspecto
mais elaborado no quadro de instrumentos (agora iluminado em branco) e no console com partes em tom
prata, na integração visual do aparelho de áudio — Sony, com ótima
qualidade e graves que impressionam — ao conjunto e no
mostrador do computador de bordo no próprio quadro. As indicações de
consumo agora podem ser em nosso padrão, km/l, e o volante permanece com
quatro raios e ótima pega, um ponto alto do anterior. Nota 10 para os
retrovisores biconvexos, ambos, primazia
na classe.
O Ghia traz a parte inferior do painel em cinza, insertos em tom de
alumínio nos raios do volante e iluminação no assoalho dianteiro. É pena
que, salvo pelo topo do painel em material espumado, os plásticos usados
sejam de aspecto simples, em desacordo com a categoria do carro. Outras
falhas: há cinco vagas para teclas no painel (inexistentes antes),
desapareceu a faixa degradê do pára-brisa e continua a não haver
interruptor central para destravar as portas. O mercado brasileiro fica
ainda sem retrovisor interno fotocrômico,
presente no argentino.
Recurso exclusivo na categoria, e restrito ao Ghia, é o comando de
partida e parada do motor por botão no console sem uso de chave ou cartão — basta
que o motorista traga a chave consigo, no bolso, por exemplo. É bem mais
prático que o sistema de cartão do Mégane, que substitui a chave
convencional por uma operação dupla (inserir o cartão e apertar o botão),
e tem a mesma vantagem de ativar o motor de partida só pelo tempo
necessário, mesmo que se continue a apertar o botão. O motor permanece
ligado quando se sai do carro com a chave, por algumas
dezenas de metros, e apertar o botão em movimento só faz parar o motor
depois de alguma insistência, por medida de segurança. Os acionamentos
por voz de áudio, celular e ar-condicionado não requerem gravação
prévia: basta apertar o botão Voice e dar o comando.
A posição de dirigir continua boa, apesar do volante mais à direita que
o banco. Como alteração bem-vinda, o ajuste de altura do assento agora
ergue também o encosto. A Ford anuncia maior espaço que no Civic e no
Corolla, mas a sensação ainda é de estar em um carro médio, em que pese
a largura externa de 1,84 m.
Houve aumento de capacidade de bagagem no sedã, de 490 para 526 litros,
mas redução de 350 para 328 no hatch. Pela primeira vez em um carro
"nacional", o estepe é do tipo temporário, bem fino. O Focus continua a ter o capô
destravado por chave, o que dificulta
o acesso não autorizado ao motor, como em caso de
tentativa de furto. Só que a versão Ghia precisava de sistema melhor: é
necessário extrair uma minichave de dentro da chave para abrir o capô.
Evoluções
mecânicas
Lançado há três anos no modelo, o motor Duratec tem poucas
novidades. A moderna unidade com bloco de alumínio e quatro válvulas por
cilindro recebeu coletor de admissão
variável, mas potência e torque
não aumentaram, pois atende aos novos limites de emissões
poluentes que vigoram a partir do ano que vem. Ficou-se com 145 cv (antes, 147 com
câmbio manual e 140 com automático) e 18,9 m.kgf, perda mínima de 0,1
m.kgf.
Continua |