Grade, rodas, lanternas
traseiras, faixa na quinta porta: retoques de aparência no Corsa hatch
após cinco anos
O sedã compartilha as
mudanças estéticas e traz como padrão o motor 1,4, que chega a 105 cv
com álcool |
A
segunda geração do Corsa, surgida em 2002, havia passado a só vir com
motores de 1,0 e 1,8 litro, desaparecendo a 1,6. Sempre ficou a sensação
de que faltava alguma coisa na linha, que o intervalo de cilindrada era
grande demais. Faltava: agora é possível comprar toda a família, que
inclui o picape Montana, com motor de 1,4 litro. A novidade veio
acompanhada do fim da versão sedã de 1,0 litro e da maioria das opções
1,8 — ficam em produção apenas o Corsa SS hatchback e o Montana Sport
com este motor. O sedã 1,8 Premium continua só no segmento de vendas
diretas. O novo motor marca também o ano-modelo 2008.
Apenas nove meses depois de lançar o 1,4-litro
flexível em combustível no Prisma, a GM
melhorou o motor, que já era bom. A potência passou de 89/97 cv (sempre
gasolina/álcool) a 6.200 rpm para nada menos que 99/105 cv a 6.000 rpm.
Com álcool a potência específica atinge
75,6 cv/l, excelente para um motor de duas válvulas por cilindro e
aspiração natural. O aumento acumula 75%
desde o primeiro emprego desse motor, ainda com injeção monoponto, no
Corsa GL de 1994. A mudança no torque também foi expressiva, de
12,4/12,9 m.kgf a 3.200 rpm para 13,2/13,4 m.kgf a 2.800 rpm.
Essa evolução do motor é um feito de engenharia, não só por ter sido
obtida sem alterar a taxa de compressão
(12,4:1), como também ao situar a rotação de torque máximo a menos da
metade da de potência máxima, o que não se vê todo dia. O ganho de
potência e torque, diz a GM, resultou da adoção de acelerador
eletrônico, de coletor de admissão de plástico em vez de alumínio (com
melhoria do fluxo de ar) e da otimização de todo o trato de admissão e
escapamento, em decorrência de o compartimento do motor do Corsa ser
maior que o do Prisma, que mantém os números anteriores.
Outra característica nova e exclusiva desse motor flexível é agora só
ocorrer injeção automática da gasolina em temperatura abaixo de 8° C, ao
contrário de 14° C antes. Na prática, isso significa que o sistema não
precisará funcionar no Brasil, embora a gasolina do reservatório vá
envelhecer sem uso e requerer atenção ao proprietário. Mais do que
nunca, o Best Cars recomenda que seja usada exclusivamente
gasolina Podium no sistema de partida a frio, pois seu tempo para
envelhecimento é cerca de três vezes superior (um ano contra três
meses). Curioso é a GM ter seguido o caminho oposto ao da Honda, que usa
pequena porção de gasolina em todas as partidas justamente para impor a
reposição periódica.
Certamente levada pelo maior peso do Corsa (1.026 kg o hatch e 1.043 kg
o sedã, sem ar-condicionado) em relação ao Prisma (905 kg), a fábrica
escolheu um diferencial bem mais curto, dos antigos 1,6-litro, de
relação 4,19:1. Como no Prisma essa relação é de 3,74:1, o encurtamento
é expressivo, 12%. A medida visa sobretudo garantir o bom lançamento, já
que a primeira marcha é igual nos dois modelos (a caixa do Prisma tem
relações próximas, enquanto da Corsa é
de relações afastadas). Com isso, em quinta marcha o Corsa é 4% mais
longo, mesmo com diferencial mais curto. Além disso, maior torque e
potência em rotações mais baixas recomendavam o escalonamento mais
aberto. Continua |