Selecione o modo Esporte e de repente o 550i parece outro carro. A suspensão ganha firmeza, sem chegar ao desconforto, e o motor parece ainda mais disposto pela atuação diferente do acelerador e os regimes mais altos mantidos pela caixa — opção indicada pela letra "S" no painel junto ao número da marcha em uso. Passe ao modo manual sequencial, com atuação pela alavanca no console (com trocas ascendentes para trás e reduções para frente, como habitual na marca) ou pelas aletas atrás do volante e solidárias a ele (subindo pela direita e reduzindo pela esquerda), e o controle do V8 está em suas mãos.

Agora o grande BMW pode ser atirado nas curvas como se pesasse a metade, pondo à prova a aderência dos largos pneus do tipo run-flat, que podem rodar mesmo furados, com medidas diferentes entre o eixo dianteiro (245/40 R 19) e o traseiro (275/35 R 19). E que aderência! Com a distribuição de massas entre os eixos bastante próxima de 50:50, outra tradição da empresa bávara, e o controle eletrônico da suspensão trabalhando pelo comportamento dinâmico, o 550i parece menor e mais leve quanto mais rápido se anda. É verdade que a direção com assistência elétrica poderia transmitir um pouco mais do que se passa entre os pneus e o solo, mas a sensação ainda assim é de pleno controle e grande envolvimento com o motorista.

O biturbo de 4,4 litros produz um som que é pura música para os entusiastas, um ronco de motor de alto rendimento trabalhando como mais gosta — mas sempre sem vibrações. Em modo manual a caixa continua a fazer trocas automáticas quando se atinge o limite de rotações, mas permite acelerar bastante em baixos regimes sem provocar reduções, que só acontecem mesmo ao encontrar o interruptor de fim de curso do pedal. De qualquer forma, sua atuação em modo automático é tão irrepreensível que passar a manual ao andar rápido se torna mero capricho, não necessidade.

Se acabassem as curvas e surgisse uma grande autoestrada como as de sua terra natal — as famosas autobahnen que, por definição, não têm limite de velocidade e nas quais 200 km/h são corriqueiros —, esse BMW continuaria à vontade. A sexta marcha é calculada para atingir a velocidade máxima, limitada a 250 km/h pela central eletrônica, mas os adeptos de conforto podem desativar o modo Esporte do trem de força, ou passar ao modo manual da caixa, e levá-lo à oitava para obter a sensação de andar muito rápido com baixas rotações. Nessa última marcha os 250 km/h chegariam com apenas 3.700 rpm.

Mesmo que não haja local para isso aqui debaixo do Equador, traz satisfação saber que o V8 transforma altas em altíssimas velocidades sem aparentar esforço e que, ao concluir a tarefa, o 550i continua "na mão", sem oscilações ou instabilidades, com baixos ruídos mecânicos e aerodinâmicos. Os freios fazem o papel contrário com rapidez e grande impressão de segurança e, nas frenagens intensas, as luzes traseiras piscam para alertar outros motoristas. Não resta dúvida de que esse sedã fabricado em Dingolfing, na Baviera, foi pensado para esse tipo de uso desde que o primeiro engenheiro abriu seu computador para iniciar o desenvolvimento.

Central de entretenimento   É claro que, por quase R$ 400 mil, um carro não se justificaria apenas pelo que faz na estrada: por tanto dinheiro esperam-se altas doses de conforto, requinte e itens de conveniência e segurança. E o 550i oferece tudo isso.

As tradições da marca de Munique ditam um ambiente interno sem excessos, nada espalhafatoso: apenas muito bem-acabado e com tudo no lugar certo. Conhecedores de BMW de longa data vão reconhecer elementos como a disposição do quadro de instrumentos, a mesma há décadas, e sua iluminação em laranja, a nosso ver ainda a melhor opção. Continua

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