O painel funcional inclui alerta para excesso de velocidade e os controles de vidros são ótimos. O veterano motor revitaliza-se com a flexibilidade em combustível e oferece 99 cv

O espaço é satisfatório para quatro adultos e uma criança e, no compartimento de bagagem, os 437 litros acomodam as malas de todos eles — mais que em minivans mais caras, como Scénic e Meriva. Este acabamento inclui banco traseiro bipartido e com encostos de cabeça, o que ainda falta em outras Paratis. Há faixa degradê no pára-brisa, comando elétrico da tampa traseira, alarme com proteção por ultra-som e um (irritante) alerta programável para excesso de velocidade. Os fumantes gostarão de ver cinzeiro e acendedor de cigarros, que o novo irmão Fox não traz.

Econômica   O motor flexível em combustível é a maior novidade desta Parati em relação a outras que avaliamos. A taxa de compressão modesta (saiba mais sobre técnica) reflete-se em menores desempenho e economia do que seria possível, mas os resultados não são ruins. O veterano AP-1600 move a perua de 980 kg com certa agilidade (veja simulação de desempenho), pois oferece 99 cv e 14,4 m.kgf de torque com uso de álcool, próximo do 1,8-litro a gasolina. A tradicional receita de duas válvulas por cilindro contribui para boa distribuição da força desde os baixos regimes.

O motor é ruidoso, em parte pela falta de revestimento sob o capô, e não demonstra no dia-a-dia a suavidade que se espera por sua ótima relação r/l: mais uma indicação da idade do projeto, já que os novos carros têm evoluído muito na absorção de vibrações e asperezas. Por outro lado, as relações de marcha longas nem parecem pertencer a um VW, tamanha a insistência recente da marca em câmbios curtos demais.

O restante do conjunto é bem conhecido. Passa pelos engates de marcha não tão precisos quanto no passado (mas que perdeu em 2002 a trava redundante da ré, facilitando sua colocação), pela direção e os freios adequados (poderiam ser menos assistidos, para atuação mais suave) e por uma suspensão que, além da comprovada robustez, garante um rodar macio e estabilidade dentro do padrão. Claro que não se espera esportividade, ainda mais com pneus 175/70-13, mas é um carro que transmite confiança no uso sem excessos de seu público-alvo.

A VW poderia, porém, cobrar menos a esta altura, em que o projeto todo já foi pago há tempos. A City Total Flex começa em R$ 32,2 mil e chega a R$ 40,5 mil com os opcionais com que a avaliamos, que não eram itens de luxo. Bolsas infláveis, freios antitravamento (ABS) e rodas de alumínio não são oferecidos. A nova Palio Weekend HLX 1,8 custa R$ 42,2 mil com opcionais que a deixam em vantagem, acabamento mais luxuoso e motor também flexível de até 110 cv, o que diminui as chances da Parati de resgatar sua antiga liderança no segmento. Continua