




O vermelho aparece nos
cintos, costuras e na luz dos instrumentos, mas falta diferenciação no
painel e no volante

O motor é o mesmo de Idea e
Stilo, com 1 cv adicional, e sua cobertura vem sempre em vermelho |
Além
disso, o painel possui um adesivo de gosto duvidoso com o nome da
versão. O quadro de instrumentos, o mesmo do HLX, é iluminado por luz
vermelha em vez da usual laranja e os pedais possuem coberturas em
alumínio. Apesar das mudanças, a versão poderia trazer mais
esportividade, em especial para o próprio motorista.
Um volante mais esportivo — como o excelente Momo de três raios da
antiga Palio Weekend Sport — e um fundo
eletroluminescente para os mostradores poderiam ter sido incluídos
no pacote. Outra idéia seria adotar a solução das versões Adventure e
inserir o nome da versão no quadro de instrumentos, não pelo adesivo no
painel. Mas a Fiat parece ter-se sentido confortável diante da
concorrência, em que as versões do gênero (Clio Dynamique, 206 Rallye,
Ka XR e Corsa SS) também não têm grande identidade por dentro.
De resto, a marca equipou o carro de série com vidros laterais traseiros
escurecidos, como os que equipam a Idea. O 1.8R é também o primeiro em
sua categoria a oferecer o kit viva-voz para telefone celular, com
tecnologia Bluetooth, que estreou no Stilo. Outros equipamentos de série
são ar-condicionado, direção assistida, controle elétrico dos vidros
dianteiros e travas, computador de bordo, configurador de funções,
comandos internos do compartimento de bagagem e do reservatório de
combustível, luz suplementar de freio e faróis de neblina.
Motor
aprimorado
Apesar da tendência atual de rotular como esportivos meros pacotes de
acessórios para o visual (a linha SS da GM está aí para comprovar), o
Palio também agregou alterações técnicas, ainda que tímidas. Aberto o
capô, a cobertura em vermelho salta aos olhos, fazendo sonhar com um
potente motor de 16 válvulas com grande vocação para subir de giros,
como o antigo 1,6-litro da própria Fiat, usado no Palio até 2003.
Decepção, mas só em parte: embora o 1.8R mantenha o propulsor comprado
da General Motors, trata-se de sua versão aperfeiçoada, lançada na Idea
e já em uso também no Stilo (segundo a Fiat, não há intenção de o
aplicar ao restante da linha Palio tão já).
Com mapeamento eletrônico exclusivo, desenvolve 115 cv de potência e
18,6 m.kgf de torque com álcool, pouco acima dos 114 cv e 18,5 m.kgf
daqueles modelos. Não é muito, mas já deixa para trás os citados Corsa,
Ka e 206 e, em torque, também o Clio, que fornece potência igual. A Fiat
divulga velocidade máxima de 191 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em
9,2 segundos com o combustível vegetal, ante 189 km/h e 9,3 s do Palio
HLX. Discreta contribuição para a agilidade vem do encurtamento do
diferencial em 3% (de 3,733 para 3,867; as relações de marchas não
mudam).
Como o motor agora adotado é mais eficiente, o consumo não foi
penalizado, mantendo-se os valores de 8,4 km/l na cidade e 11,3 km/l na
estrada, ambos com álcool, pelos dados da fábrica. De resto, a suspensão
ficou mais firme e o carro mais baixo em 12 milímetros com as novas
molas, 15% mais rígidas, e os amortecedores também mais firmes. Os pneus
um pouco mais largos, 185/60-14 ante 175/65-14 do HLX, e o estabilizador
dianteiro, que teve o diâmetro aumentado para 21 mm, contribuem para o
comportamento dinâmico. Não há novidades nos freios.
A Fiat escolheu um percurso interessante, embora muito breve, para a
avaliação do 1.8R pelos jornalistas: uma estrada sinuosa em Aldeia da
Serra, perto da capital paulista.
Continua |