O interior ainda parece
moderno aos nove anos e tem boa posição de dirigir, apesar do banco
baixo e sem regulagem de altura; já o espaço na traseira é crítico para
dois adultos, sua capacidade homologada
O painel convida a levar o
conta-giros à faixa vermelha; no pequeno porta-malas, um acabamento dos
piores
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Com menos de 10 kg/cv, o Kazinho vai de 0 a 100 km/h em 11,4 segundos,
apontou a simulação do BCWS, para
terminar a aventura em 177 km/h. E há algo mais que ele faz muito bem:
curvas. Estradas sinuosas "travadas" são o território perfeito do caçula
da Ford, e não é de hoje: a suspensão firme exibe calibração perfeita,
coisa habitual na marca de 10 anos para cá. A carroceria inclina-se
pouco e, tendo às mãos o volante pequeno e de aro grosso (cujo
revestimento perfurado na região de pega lembra o do saudoso Escort
XR3), o motorista sente-se tentado a descobrir o limite de aderência dos
largos "sapatos" 185/60-14. Tarefa para experimentados, porém: o
comportamento neutro transforma-se em
sobresterço quando se corta a aceleração na curva, o que exige
habilidade para não acabar com a brincadeira. Mas é um limite alto,
longe de trazer riscos a quem o dirigir acompanhando o tráfego.
Ame ou odeie
Usar o Ka 1,6
desperta reações de amor e ódio — às vezes ambas ao mesmo tempo. É que
esse tempero esportivo, somado à proposta de um carro simples e barato,
cobra seu preço em conforto. Na estrada, o alto nível de ruído do motor
(que trabalha com "sobra" de rotações, pela quinta marcha curta) e do
escapamento cansa logo, fazendo uma viagem parecer mais longa. Faltam
algumas conveniências hoje comuns, como comando das portas a distância,
seu travamento ao rodar e cinco portas, e o espaço no banco traseiro (de
dois lugares apenas) é bem modesto, sobretudo em altura.
Para bagagem são apenas 186 litros, a menor capacidade do mercado, e não
existe mais o ajuste que deixava o encosto traseiro mais vertical, para
se levar uma carga mais volumosa — é a "equipe de depenação" em plena
atividade. O acabamento é de carro popular, com plásticos rígidos e
muita chapa exposta no interior, embora o revestimento dos bancos seja
razoável. Há bons espaços abertos para objetos, incluindo um amplo no
console, mas o porta-luvas é ridículo (uma tampa solta sobre uma pequena
caixa) e a Ford fechou o local na lateral traseira direita, despejando
dali o manual, que agora se aloja onde pode.
Continua |
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