Balança mas não cai

Poeta latino resume o problema do Fox, que acaba de
ganhar versão cinco-portas: parecer estável e não só ser

Chegou finalmente ao mercado a versão de cinco portas do Fox. Contrariando toda a concorrência nos últimos anos — e a preferência do mercado —, a Volkswagen havia começado pelo três-portas, sendo difícil por enquanto precisar quantas unidades deixou de vender por causa dessa defasagem temporal.

A grande esperança da marca alemã surpreende por ter uma estrutura mais rígida que seu irmão mais velho. A coluna central teve seu pé bem ampliado, para compensar a maior tendência que uma carroceria de cinco portas teria à torção. Assim, o novo VW é 5% mais rígido que o três-portas, segundo a fábrica. As portas dianteiras são 20 centímetros mais curtas, com a evidente vantagem de serem mais leves e poderem assumir ângulo maior em locais estreitos. O desenho do carro só evoluiu com a mudança.

As linhas ganharam equilíbrio com as quatro portas laterais, sendo as dianteiras
20 cm mais curtas: as vantagens da nova versão não estão apenas na conveniência

Permanecem as três versões de acabamento (City, Plus e Sportline), assim como os equipamentos de série, opcionais (saiba mais) e os motores de 1,0 e 1,6 litro, ambos flexíveis em combustível. Os preços subiram pouco mais de R$ 1.000, passando a R$ 24.490 para o City (apenas com motor 1,0), R$ 26.962 para Plus 1,0 (R$ 28.990 para 1,6) e R$ 30.943 para Sportline, que agora vem apenas com o 1,6.
 
No interior nada muda. A ergonomia é boa, todos os comandos estão no lugar certo e seu toque é bem suave. A direção continua boa e macia e, junto com os pedais e a leve e precisa alavanca de câmbio, compõe um conjunto harmonioso. O espaço interno é idêntico, com destaque para a possibilidade de usar cartola, de tão alto que é o teto. Estão lá os numerosos porta-objetos — mas não um porta-luvas — e o banco traseiro ajustável em distância. Continua também o painel meio ilegível sob luz forte, cujo conta-giros é mera referência e que não tem marcador de temperatura — só uma luz do tipo agora é tarde...

Por dentro, tudo conhecido: muitos porta-objetos e comandos bem localizados, mas
acabamento espartano, conta-giros diminuto e excesso de plásticos rígidos

A mecânica é também mantida nos mínimos detalhes, inclusive as relações de câmbio relativamente curtas. Isto permite retomadas mais espertas e acelerações mais francas. O problema é que o Fox é algo pesado: com cerca de 30 kg a mais com as novas portas, são mais de 1.000 kg, peso que chega às raias de inviabilizar o modelo 1,0-litro, com seus parcos 72 cv (álcool) e também deixa suas marcas no 1,6 quando roda com gasolina. Com álcool melhora — não chega a tornar o Fox uma arma de guerra, mas um carro bem suficiente em desempenho. Continua

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Data de publicação: 6/4/04

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