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Mudança de hábito

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Prático, espaçoso e com bons dotes dinâmicos, o Citroën
Berlingo mostra como um projeto bem feito supera preconceitos

Texto: Bob Sharp - Fotos: divulgação

Quando a assessoria de imprensa da Citroën me ofereceu um Berlingo, confesso que estava um tanto cético quanto a usar o "furgãozinho" na cidade para transporte pessoal. Afinal, é um veículo de 1,80 metro de altura, nada menos que 35 cm acima do que considero limite para um automóvel: 1,45 m. Ao buscar o carro e me sentar ao volante, porém, uma grata surpresa: embora seja muito alto, os bancos ficam razoavelmente perto do chão. Não há a sensação de "subir". O chamado ponto "H" está mais para automóvel do que para furgão, minivan ou utilitário esporte. Já gostei.

Outra surpresa pela posição de dirigir agradável, do volante à alavanca de câmbio no lugar certo. Ao começar a andar, o motor 1,6-litro de 16 válvulas e 110 cv — novidade no Berlingo, que antes usava o 1,8 de oito válvulas e 90 cv — está à vontade para movimentar os 1.237 kg de peso vazio. Outra admiração, pois se trata de uma unidade de quatro válvulas por cilindro sem recursos para aumentar elasticidade, como comando de válvulas ou coletor de admissão variáveis. Confirma-se a velha opinião de que motores multiválvulas não são sempre deficientes em baixas rotações. A elevada taxa de compressão, 11:1, contribui para o resultado.

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No interior, espaço e criatividade: painel e
revestimentos combinam tons de azul e ocre

Como o torque de 15,6 m.kgf ocorre a 4.000 rpm, à primeira vista pode parecer um motor impróprio para um veículo que pode carregar 600 kg, mas só à primeira vista. O motor "empurra" desde baixos giros com notável desenvoltura. Apesar da grande área frontal (estima-se quase 2,80 m²), combinada com coeficiente aerodinâmico (Cx) mediano de 0,37, o motor não toma conhecimento. O importador indica velocidade máxima de 175 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos, desempenho típico de automóvel de motor 1,6. O consumo, lamentavelmente, não é informado.

O Berlingo é importado da Argentina, mas esta versão existe só no mercado brasileiro. No país vizinho as motorizações são 1,4-litro a gasolina e gás natural e 1,9 e 2,0 a diesel (de aspiração natural).

O acabamento único GLX Multispace custa R$ 47.050 e já vem com a maior parte dos itens que se deseja. O único opcional são as bolsas infláveis frontais, cujo preço ainda está para ser definido. No preço estão incluídos direção assistida, ar-condicionado, comando elétrico dos vidros dianteiros (um-toque no esquerdo), ajuste elétrico do retrovisor direito (remoto manual no esquerdo, ótima solução), travas elétricas com comando a distância, demais vidros laterais basculantes (todos), terceira luz de freio, luz traseira de neblina, ajuste elétrico do facho dos faróis, conta-giros, imobilizador de motor, assistente de estacionamento, banco traseiro bipartido e indicador de manutenção. Só faltam travamento das portas em movimento e sistema de áudio (o do carro avaliado é acessório).

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As linhas são as mesmas há sete anos, mas não
desagradam; portas corrediças são muito práticas

Lançado na Europa em julho de 1996, em 1998 o furgão começou a ser importado da França para o Brasil, com motor 1,8 de 90 cv. Em 2000 passou a vir da Argentina, produzido na fábrica de El Palomar, próximo a Buenos Aires. Até o final de 2003 foram vendidas cerca de 5.500 unidades aqui. A importação recomeçou agora em agosto, com o motor 1,6 16V produzido em Porto Real, RJ. A Citroën planeja vender 100 Berlingos por mês e seus concorrentes diretos são o Renault Kangoo Expression 1,6 16V (R$ 53.590) e o Fiat Doblò ELX 1,8 (R$ 50.980), este o atual "dono" do mercado, com quase 100% de participação.

Espaço de sobra   Dirigi-lo é muito agradável, com ampla visibilidade em todas as direções, pelos vidros muito grandes. Lamentável a ausência da faixa degradê no pára-brisa, o que a Citroën precisa reconsiderar em toda sua linha. As duas portas laterais corrediças são um capítulo à parte, pela conveniência, facilidade de manuseio e dispositivo para mantê-las abertas mesmo com o veículo estacionado em declive. O ambiente interno foge do padrão brasileiro monotonal, em geral preto: o painel é dessa cor, porém entremeado com apliques em azul, cor também do carpete e parte do revestimento dos bancos, que se combina com um tom ocre. Continua

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Data de publicação: 1/10/05

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