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Em operação manual, a marcha selecionada é mantida mesmo ao atingir o limite de giros do motor ou ao pressionar brusca e totalmente o acelerador, o que permite retomadas a carga (aceleração) total em baixa rotação, difíceis de conseguir na maioria dos automáticos. O contraponto é o motorista não contar com respostas imediatas em uma retomada de emergência, sendo preciso reduzir manualmente ou passar ao modo automático. Já ao parar o veículo pode ocorrer redução de marcha, para que o carro não tente sair em quarta, por exemplo. 

Mais leve e aerodinâmico, o S60 é superior em desempenho: acelera de 0 a 100 km/h em 7,2 s, vantagem de 0,3 s sobre a V70. O motor 2,3 turbo que os equipa fornece o torque máximo já a 2.400 rpm
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Existe ainda função winter, inverno, que provoca arrancadas em marcha longa para melhor tração em pisos de baixa aderência. O S60 vem ao Brasil apenas com câmbio automático, mas a opção manual oferecida lá fora traz interessante alavanca de câmbio em liga leve denominada Spaceball. Vale destacar que nestes modelos a passagem de modo automático para manual requer apenas um toque para a esquerda, enquanto no S80 já avaliado é preciso um movimento em "Z" menos direto.

As suspensões de ambos são similares, com conceito McPherson à frente e multibraço atrás, assim como a direção e os freios. A V70 é mais macia, tornando-se bastante confortável, mas com maior inclinação nas curvas e movimentos da carroceria em uso esportivo; o S60 é mais firme e controlado. Ambos contam com rodas de 16 pol e pneus da série 55, mas de maior largura na perua: 225 mm contra 215 mm.

Clique para ampliar a imagem Apesar do perfil familiar, a V70 T5 pode ser dirigida como um esportivo: faz curvas com precisão, acelera muito bem e tem freios superlativos -- e o controle de estabilidade DSTC, para qualquer eventualidade

Equipamento de série no S60 T5 e opcional na V70, assim como nos S60 menos potentes, é o controle de tração e estabilidade DSTC (saiba como funciona). Sua eficácia foi comprovada várias vezes na avaliação, sobretudo na V70, que tem de lidar com peso e altura menos adequados ao uso esportivo. O sistema, aliás, trabalha com certa freqüência para controlar a potência despejada nas rodas dianteiras -- não há dúvida de que o retorno da tração traseira, utilizada nos Volvos 940/960 e S90 até 1998, seria bem-vindo.

Mesmo assim é possível acelerar a fundo em linha reta sem causar grandes perturbações à direção, o chamado torque steer ou esterçamento por torque. Quanto aos freios, não há o que falar: impecáveis. E a direção concilia leveza nas manobras e precisão em velocidade.

Para estes Volvos ficarem ainda melhores, seria interessante que o estepe fosse igual às outras rodas e pneus (é um estreito 125/80-17, de uso restrito a emergências), o ajuste de apoio lombar não ficasse tão apertado junto ao console, fosse eliminada a tampa plástica no centro do teto (parece cobrir o local de uma iluminação central) e a cobertura do porta-malas da V70 fosse rígida e não enrolável, fonte de ruídos tanto estendida quanto recolhida.

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Faróis de neblina redondos e grade quadriculada em preto identificam o S60, à esquerda

Estranham-se a troca de óleo -- sintético e caro -- em intervalos tão curtos quanto 7.500 km e a ausência de faróis de moderna tecnologia, como os superelipsoidais ou mesmo com lâmpadas de xenônio, comuns na categoria. Suas lentes são de vidro e não de policarbonato, como se esperava, e surpreende não haver um simples ajuste interno do facho, que pode ficar muito alto com o veículo carregado.

Mas são detalhes que não comprometem o conjunto de primeira linha destas jóias suecas. Ficha técnica

Comentário técnico
> O motor 2,4 turbo possui variador de fase do comando de válvulas de escapamento (no motor aspirado é o de admissão): pode variar até 20 graus, fazendo com que as válvulas de escapamento não se fechem até que as de admissão estejam abertas, no caso de carga parcial (pouca aceleração). Assim, alguns gases de exaustão voltam ao pistão ao mesmo tempo em que uma nova mistura ar-combustível é admitida, aumentando a eficiência da combustão.
> O diâmetro dos cilindros do motor T5 (alta pressão) é pouco menor que o da versão 2.4T (baixa pressão): 81 mm contra 83 mm, resultando em cilindrada de 2.319 cm3, no primeiro caso, e 2.435 cm3 no segundo. O curso dos pistões é o mesmo em ambos. A diferença de potência entre eles resulta da pressão máxima de superalimentação, de 0,96 kg/cm2 no T5 e de 0,56 kg/cm2 no 2.4T.
> Além das versões 2.4T (200 cv) e das T5 avaliadas, ambos os modelos oferecem outros motores no exterior: 2,4 de cinco cilindros e aspiração natural (com 140 e 170 cv), 2,0 turbo de 180 cv (disponível aqui no S60), e 2,5 turbodiesel com injeção direta.
> O radiador da V70 é suspenso em elementos flexíveis: em colisões a baixa velocidade pode se recolher para trás sem ser danificado. Da mesma forma, o tubo de escapamento ultrapassa a linha do pára-choque traseiro, mas é dotado de uma mola para que se retraia e resista a pequenos impactos em manobras.
> Os braços da suspensão dianteira são de alumínio forjado e fixados ao subchassi -- elemento presente também na traseira -- através de buchas hidráulicas. Os dois modelos utilizam barra de amarração (stress bar) entre as torres da suspensão dianteira, cujo objetivo é ampliar a rigidez da carroceria, reduzindo possíveis torções que prejudicam a estabilidade. A propósito, a Volvo atribui ao S60 resistência torsional dobrada em relação ao anterior S70.
> Todos os cintos traseiros da perua são integrados ao encosto, para fácil rebatimento do banco sem a necessidade de manter os cintos em sua posição usual nas colunas.

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