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Tecnologia

Anjo da guarda eletrônico

Depois do ABS e do controle de tração, é a vez de
o controle de estabilidade corrigir erros do motorista

Texto: Mário Coutinho - Edição: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Na maioria dos automóveis, o motorista tem de corrigir por si mesmo a trajetória do carro em situações como curvas muito rápidas e desvios, o que exige habilidade e nem sempre termina bem. Para alguns modelos, porém, isso é coisa do passado: já existe o controle eletrônico de estabilidade.

O nome já diz tudo: ele estabiliza o carro. Este, ao começar a desgarrar, faz com que o sistema aja como uma grande "mão invisível" que coloca o automóvel de volta a sua trajetória original, quase como se andasse sobre trilhos.

O Mercedes Classe A, no alto, introduziu o sistema ESP nos carros de sua categoria e também na produção nacional. Ao lado, os componentes do sistema
Assim como os freios antitravamento (ABS) e o controle de tração, o controle eletrônico de estabilidade é também um grande auxílio para os motoristas em situações de difícil controle do veículo, pois consegue-se estabilizar o carro mesmo em situações extremas. Sua primeira avaliação foi na superfície de um lago congelado, em 1995. Os especialistas, ao testarem o carro equipado com o revolucionário sistema, ficaram impressionados com a dirigibilidade apresentada pelo automóvel, mesmo com a quase inexistente aderência entre os pneus e o gelo.

O segredo do sistema é, basicamente, uma central eletrônica que faz a análise constante dos sinais enviados por sensores instalados em diversas partes do veículo, tendo como exemplo o sensor de rotação do eixo longitudinal do carro, que verifica um princípio de derrapagem.

Supercarros, como o Porsche 911 Carrera 4, também ganham o sistema, embora ele não resulte em melhor estabilidade do que um motorista bastante experiente conseguiria

Ao ser detectada a iminência de instabilidade, o programa reage acionando, seletivamente, os freios de rodas dianteiras ou traseiras, direitas ou esquerdas, de acordo com a situação. Se necessário, reduz o torque enviado às rodas de tração. Em uma fração de segundo -- ou seja, muito mais rápido que um piloto de Fórmula 1 conseguiria --, o controle de estabilidade devolve o carro a sua trajetória pretendida. Continua
ESP no uso esportivo, uma vantagem?
Assim como muitos pilotos e entusiastas da direção esportiva rejeitam controle de tração e freios antitravamento, o programa de estabilidade divide opiniões entre eles: não poderia esse dispositivo inibir as reações desejadas do automóvel quando pilotado com energia?

A revista norte-americana Car and Driver tirou a prova testando, com o sistema ligado e desligado, os supercarros Chevrolet Corvette (tração traseira, na ilustração) e Porsche 911 Carrera 4 (tração integral) em aceleração lateral, slalom (desvios entre cones) e circuito de velocidade, com piso seco e úmido.

Em pista seca, o Corvette foi marginalmente mais rápido com o sistema desativado, o mesmo ocorrendo com o 911, exceto em aceleração lateral. Com piso molhado, sem ESP os dois modelos foram melhores na maioria das provas, mas o Porsche também perdeu em aceleração lateral, e ambos, no circuito de velocidade.

Teste interessante foi o do circuito de velocidade, com piso molhado, efetuado por um motorista sem experiência em pilotagem. Além da natural piora nos tempos em relação aos pilotos profissionais, a prova mostrou um ganho sensível em velocidade média com o dispositivo ligado, o que atesta mais uma vez sua utilidade para o motorista comum.
por Fabrício Samahá

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