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Nostálgica eficiência

Além do estilo irreverente, o PT Cruiser conquista pelo espaço e comportamento. Mas deveria ter mais torque

Texto: Fabrício Samahá
Fotos: Fabrício Samahá
e divulgação

Que o PT Cruiser chama (muita) atenção nas ruas, com seu estilo nostálgico e de grande personalidade, o Best Cars Web Site já sabia ao retirá-lo para avaliação na DaimlerChrysler do Brasil, que o importa desde janeiro. Mas havia muitos outros aspectos interessantes do carro, a serem explorados nas centenas de quilômetros que se seguiriam.

Apresentado no Salão de Detroit de 1999 e colocado à venda no ano seguinte, o PT Cruiser (sigla para Personal Transportation, transporte pessoal) reúne elementos de estilo dos carros-conceito Pronto, de 1997, e Pronto Cruizer, de 1998 (saiba mais). O projetista Bryan Nesbitt, que há pouco ingressou na General Motors, inspirou-se em modelos dos anos 30 e 40 para criar uma carroceria de linhas curiosas sobre a plataforma do sedã médio Neon. É inevitável associá-lo aos carros dos gângsteres, assim como aos furgões da época ou mesmo aos famosos táxis pretos da Inglaterra.

Traseira de estilo suave contrasta com a frente agressiva do PT Cruiser. Estilo é seu ponto alto para muitos, embora não falte quem o considere feio
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A nostalgia predomina no estilo, dos pára-lamas abaulados aos vidros pequenos, da altura da carroceria às formas do capô, das maçanetas cromadas às lanternas traseiras. A grade similar à do Prowler denuncia a intenção da Chrysler de fazer um produto Plymouth, marca já condenada à época de seu lançamento. Já os faróis, de duplo refletor e superfície complexa, são modernos e fazem o exato contraponto, aliados a rodas cromadas de 16 pol com pneus de perfil baixo, 205/55.

Embora eleito Carro do Ano nos Estados Unidos, o PT é considerado um utilitário por lá: o volume interno enquadra-o na classe das minivans. Os norte-americanos podem ter um por módicos US$ 16 mil, que passam a US$ 20,5 mil no caso da versão Limited Edition que temos aqui: garantia de sucesso, tanto que sua produção nas fábricas de Toluca, no México, e de Graz, na Áustria, não vem conseguindo atender à demanda.

No Brasil a situação é diferente: a Chrysler deve importar este ano apenas 160 unidades, ao preço -- em 19 de julho -- de R$ 83.900. Na mesma faixa estão modelos de prestígio como o Audi A4 1,8 e o BMW 320i, sedãs amplos como o Stratus 2,5 V6 da mesma Chrysler e minivans espaçosas como a Caravan SE 2,4. Em termos de irreverência e atração dos olhares, porém, ele só se compara ao Volkswagen New Beetle, que custa US$ 32.241 (R$ 80.600 pela cotação de R$ 2,50/dólar) e traz equipamento semelhante, mas tem menos potência (116 cv), apenas três portas e espaço interno inferior.

Clique para ampliar a imagem Inspiração nostálgica também no painel, com painéis pintados de plástico que parecem ser metálicos. Instrumentos são bem legíveis e há bons detalhes, mas o ar-condicionado poderia ser automático

Interior de minivan   A carroceria que parece trazida do passado tem seus inconvenientes: é pesada (mesmo sendo mais curto o carro pesa 1.366 kg, contra 1.170 kg do Neon em que é baseado) e seu coeficiente aerodinâmico (Cx) equivale-se ao dos primeiros Monzas, 0,39. A área frontal não é divulgada, mas certamente supera em muito a dos automóveis atuais. Por outro lado, o PT Cruiser surpreende pelo conforto.

Os bancos são altos e distantes do solo, como em uma minivan (sob o dianteiro direito há até uma gaveta porta-CDs), mas ainda assim há ótimo espaço em altura, assim como boas acomodações para as pernas no banco traseiro -- em largura é apenas regular. A altura total interna supera em 10 cm a de um Golf, por exemplo, e as portas amplas e altas garantem ótimo acesso. A sensação de amplitude é acentuada pelo agradável revestimento em tons claros, de couro nos bancos e volante, muito mais adequado a nosso clima que o preto desejado por muitos.

A posição de dirigir é confortável, com ajuste elétrico da altura do assento e manual das demais posições, incluindo apoio lombar, além de volante regulável em altura. Se o cinzeiro e o acendedor de cigarros forem removidos, têm-se quatro porta-copos e duas tomadas de energia 12V. No painel, novo toque de saudosismo: apliques de plástico na cor da carroceria imitam o metal dos carros antigos, embora haja uma bolsa inflável atrás de um deles.

Nos Estados Unidos ele é considerado uma minivan devido ao volume interno. E espaço é mesmo um destaque do carro, além do ótimo acesso propiciado pelas portas amplas e altura de 1,6 metro
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Os instrumentos, em três módulos, possuem fundo branco e dígitos com contorno preto, que facilita a leitura quando se acendem os faróis durante o dia (só no escuro o fundo parece preto). Aliás, a Chrysler utiliza em sua linha outro recurso para essa situação, um reostato que pode manter os mostradores digitais bem claros mesmo com faróis acesos.

Os controles elétricos de vidros ficam no alto do painel, mas a repetição dos traseiros no final do console deveria ser melhorada. Falta o temporizador desses comandos, que são do tipo um-toque apenas para descida, e o ajuste elétrico dos faróis deveria estar perto da alavanca das luzes. O hodômetro acende-se ao abrir a porta (não é preciso girar a chave para vê-lo) e exibe mensagens de porta mal fechada (door) ou faróis esquecidos acesos (headlights).
Continua

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