O mais notável no motor EA-111 Turbo da VW é não ser exigida reeducação do motorista para aproveitar toda sua potencialidade. Nada de trancos, aumentos súbitos de potência e perdas de tração ao acelerar um pouco mais. Dirige-se a Parati Turbo como em qualquer outro carro, embora logo se aprenda a extrair dela todas as suas virtudes e saboreá-las, no tráfego denso ou na moderna auto-estrada. Logo o motorista percebe que não é apenas a rotação do motor, num determinado momento, que estabelece a maior ou menor disposição para ganhar velocidade -- mas a movimentação do pedal do acelerador. Por exemplo, trafegando a 100 km/h e querendo-se ultrapassar com rapidez, não é preciso mudar de marcha: basta calcar mais aquele pedal para se ter o efeito desejado imediatamente. Chega a parecer um carro de câmbio automático, em que se pisa até o fim do curso do acelerador e a transmissão muda para uma marcha inferior. |
O porta-malas está na média da categoria e traz o estepe por dentro, que muitos preferem -- embora exija a remoção de eventual bagagem. Pela volumosa ponteira de escapamento sai um ronco discreto | ![]() |
Em uso normal, pode-se
permanecer com o ponteiro do conta-giros por volta de 2.000
rpm e conseguir desenvoltura para praticamente todas as
situações de tráfego. Aliás, é essa a rotação de máximo
-- e expressivo -- torque, 15,8 m.kgf, que se mantém
nesse patamar até 4.500 rpm. Como comparação, a bem-disposta
Palio Weekend 1,6 16V obtém 12,8 m.kgf no mesmo regime,
2.000 rpm. Essa perfeição de funcionamento do motor VW Turbo é resultado de um perfeito trabalho de engenharia, que começa pela escolha do turbocompressor no que se refere a seu dimensionamento. Este entra em ação tão rapidamente -- apesar de depender dos gases de escapamento para ser acionado -- que é possível arrancar em segunda marcha e assim mesmo obter resultados expressivos de aceleração. Claro, isso também é um indicativo de que a transmissão poderia ser 10% mais longa no total, sem afetar o desempenho. Observa-se que, quando o motor estiver a 5.500 rpm, sua rotação de potência máxima, o velocímetro indicará 170 km/h, nada menos que 21 km/h abaixo da velocidade máxima que a Parati pode atingir, segundo o fabricante. |
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Bancos esportivos sustentam bem o corpo, mas a posição de dirigir seria melhor se o assento não estivesse desalinhado com volante e pedais. Grave, mesmo, é que o banco traseiro não ofereça encostos de cabeça -- nem mesmo como opcionais Outra indicação de que a VW bem poderia rever a relação final de transmissão está na primeira marcha, que da imobilidade até o motor atingir a rotação de corte (7.000 rpm) não é usada mais do que 1,5 segundo. Mal dá para utilizar a primeira numa arrancada forte. A aceleração de 0 a 100 km/h, aliás, requer apenas 9,8 segundos, mais rápida que as versões de 1,6, 1,8 e dois litros da perua. Conjunto equilibrado Mas nada disso desmerece a excelência dessa nova versão da Parati. O pacote como um todo está bem ajustado, da decoração interna -- apesar de a faixa cinza no painel ser discutível -- às características de comportamento dinâmico. Os pneus 185/60 R 14 H estão na medida certa (embora os 195/50 R 15 V pudessem ser oferecidos como opcionais sem problemas), bem como as definições de freios, molas e amortecedores. Apenas foi observado ligeiro levantamento da frente da perua ao acelerar (mesmo pouco), o que já havia desaparecido em outras versões. Em um Gol experimentado, porém, o efeito não se manifestou. |
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Rodas de 14 pol, de desenho exclusivo, e pneus 185/60 estão na medida para seu desempenho, mas conjuntos de 15 pol e 195/50 poderiam ser disponibilizados para quem requer mais esportividade |
Já os engates do câmbio
não apresentaram a dificuldade presente em outros
modelos da linha avaliados. O ruído do motor é discreto,
pouco se ouvindo o trabalho da turbina em aceleração.
Como nos outros modelos turboalimentados já produzidos
no Brasil (Uno, Tempra, Marea, Golf e A3), não há
liberação de pressão para a atmosfera ao tirar o pé
do acelerador, que produz característico "espirro"
em motores preparados, apreciado por alguns. Nota-se esmero na fabricação, desde o agradável toque de mão em diversas superfícies, como os puxadores de porta, à qualidade de alavancas e interruptores -- a cor dos ideogramas muda quando acionados, passando de vermelho a verde ou âmbar. Os controles elétricos de vidros ficam em posição não-usual, no centro do painel, mas oferecem função um-toque, temporizador e proteção antiesmagamento. O volante de direção de quatro raios (apenas com bolsa inflável) é perfeito, posicionando as mãos corretamente. Continua |
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