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Do acabamento à dirigibilidade, o reestilizado Palio
em versão ELX 1,0 16V aparenta maior cilindrada

Texto e fotos: Fabrício Samahá

Quem não se lembra dos carros 1.000 de oito ou dez anos atrás? Despojados ao extremo, chegavam a vir sem encostos de cabeça nos bancos dianteiros, lâmpadas halógenas nos faróis e retrovisor direito, entre outros itens de segurança ou conforto. Com o tempo, além dos equipamentos, os modelos de 1,0 litro ganharam em desempenho e estética, a ponto de serem confundidos com versões de maior cilindrada por fora e por dentro.

É o que ocorre com o Palio ELX 16V, mais luxuoso entre os quatro hatchbacks 1.000 que a Fiat oferece hoje -- os outros são Mille Smart, Palio Young e o EX de oito válvulas. Custa R$ 19.995 (sem opcionais) e, a não ser pelo desempenho do motor de 16 válvulas e 70 cv, é praticamente o mesmo carro que as versões de 1,25 e 1,6 litro, também disponíveis com esse acabamento. Mesmo a diferença nas respostas ao acelerador diminuiu bastante com o novo motor Fire.

Clique para ampliar a imagem O estilo, ainda dos mais atuais do segmento, ficou mais robusto com nova frente e traseira, em que faróis e lanternas atraem a atenção

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Embora combine as linhas gerais desenvolvidas pelo estúdio I.DE.A com frente e traseira elaboradas por Giugiaro, a reestilização caiu bem ao Palio. Faróis de superfície complexa, lanternas de lentes também transparentes e pára-choques de ar mais robusto atualizaram um desenho ainda dentro do contexto -- e mais moderno que o da maioria dos concorrentes. O ponto negativo foi a perda de identidade, pois o antigo Palio era inconfundível e o novo, ao menos de frente, parece-se com outros carros pequenos (leia-se Gol...).

No interior o resultado foi mais feliz, com painel atual e agradável, bancos inteiramente novos e outros aperfeiçoamentos. Os assentos estão mais confortáveis (antes incomodavam pelo excessivo apoio na região lombar) e a região em cinza do painel ajuda a quebrar a monotonia, sem recorrer ao tom muito claro, que parecia desbotado, da versão 1,25 do ano passado. Os instrumentos estão maiores e iluminados em vermelho; os hodômetros agora são digitais, de adulteração mais difícil.
Entreeixos cresceu de forma imperceptível, mas o Palio evoluiu claramente na absorção de ruídos, impactos e vibrações, seja mecânicos ou de rodagem Clique para ampliar a imagem
Os detalhes convenientes não foram esquecidos. A nova central eletrônica VENICE permitiu adotar temporizador para os faróis e o controle elétrico do vidro do motorista ganhou função um-toque -- pena não haver temporizador para esses comandos, o que exige novo uso da chave para fechar uma janela esquecida aberta. O alarme antifurto deixa de ter aviso sonoro de ativação (um tanto exagerado nos primeiros Palios), tendência atual, mas não deveria ter perdido a proteção do interior por ultrassom.

Outros progressos aparecem no limpador de pára-brisa, agora sincronizado ao lavador, e na luz interna temporizada. Os novos faróis são eficientes (embora os adotados desde 1999, com
duplo refletor e lente de policarbonato, já fossem bem superiores aos dos modelos antigos) e surge a possibilidade de inibir a bolsa inflável do passageiro, o que pode poupar uma (cara) reposição no caso de acidente com o motorista só.

Uma falha bastante incõmoda do antigo Palio, o controle ineficaz de temperatura do ar-condicionado (
saiba mais), foi combatida pela Fiat com a reforma completa do sistema. Ficou mais potente, silencioso e -- até que enfim! -- pode-se selecionar uma temperatura amena, para dias levemente quentes ou para uso como desembaçador em tempo chuvoso. Antes, era o caso de o comando giratório ser substituído por um botão de duas posições apenas, ar frio ou aquecido.
Clique para ampliar a imagem Reestilização deixou o painel mais agradável e trouxe itens convenientes, como o temporizador de faróis e inibidor da bolsa inflável do passageiro

O Palio continua espaçoso, mesmo contando com a menor distância entre eixos da categoria -- compensada pela posição alta dos bancos, um recurso típico da Fiat que leva os ocupantes a se sentarem mais eretos. A posição de dirigir agrada, com pedais em posição mais centralizada que os do Gol, Celta e Corsa. Contudo, o acelerador nos pareceu leve ou alto demais, gerando desconforto ao trafegar por algum tempo com pouca pressão no pedal.

A visibilidade é ampla e para ela contribui o retrovisor esquerdo com lente
biconvexa, que todo carro deveria ter -- uma vez acostumado, o motorista não quer voltar ao tipo plano. O sistema de áudio conta com toca-CD e se desliga junto da ignição, podendo ser ligado novamente sem chave. Algumas sugestões para a Fiat: pára-brisa com faixa degradê, abertura interna da portinhola de abastecimento (já existe para o porta-malas) e espelho de cortesia no pára-sol esquerdo, um pedido das motoristas. Continua

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