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Mistura bem-sucedida

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Meio automóvel, meio furgão, o Doblò cria polêmica
pelo estilo mas surpreende pelas qualidades

Texto e fotos: Fabrício Samahá

O que aconteceria se você desmontasse um automóvel e um furgão e montasse um só veículo, utilizando componentes de ambos? O resultado poderia não ser dos mais agradáveis à vista, mas provavelmente teria grande versatilidade, o clássico exemplo do produto de "mil e uma utilidades". Assim é o Doblò, o utilitário de lazer -- multivan, na definição da marca -- que a Fiat produz no Brasil desde novembro último.

A receita não é nova: em 1982, muito antes que a Citroën nos trouxesse o Berlingo (pioneiro no atual segmento, que também inclui o Renault Kangoo), a própria Fiat lançava uma versão do furgão Fiorino com banco e janelas na parte traseira (saiba mais). Curiosamente, a mesma idéia que não deu certo há 20 anos está fazendo sucesso agora, para o que concorre uma diferença: todo o projeto previa essa aplicação desde o início.

Clique para ampliar a imagem As formas e volumes estão longe de ser harmoniosos: de frente lembra um picape Chevrolet, de traseira um furgão. Mas quem não se importar com o desenho controvertido pode ter neste Fiat um eficiente carro familiar

Um dos destaques do Doblò é a variedade de versões. O modelo de passageiros pode ter cinco ou sete lugares (recurso exclusivo no segmento e raro em toda a produção nacional) e uma ou duas portas laterais corrediças. A porta traseira é diferente conforme o número de bancos: única com abertura para cima, no cinco-lugares, e duas com abertura para os lados, no sete-lugares. A opção de uma ou duas portas corrediças também existe para o furgão Doblò Cargo, com capacidade para 620 kg e volume útil de 3.200 litros no compartimento de carga.

O BCWS avaliou o Doblò ELX de sete lugares, a versão de topo, com o motor de 1,6 litro e 16 válvulas denominado Corsa Lunga, lançado meses antes no Brava. O acabamento inferior, EX, vem com o Fire 16V de 1,25 litro e 80 cv, enquanto no Cargo pode-se escolher qualquer dos motores. O nome, com crase e pronúncia fechada ("doblô"), vem de antiga moeda da Itália, doblone.

No interior, revestimentos alegres e plásticos coloridos. Detalhes como os ótimos difusores de ar e o câmbio bem posicionado contrastam com o pobre acabamento e as dezenas de parafusos aparentes
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Mesmo após seis meses no mercado, o Doblò continua dividindo opiniões quanto ao estilo -- e é provável que o faça para sempre. A combinação de retas e curvas, os grandes volumes e enormes janelas resultam em uma aparência estranha, embora tenha apreciadores. Curiosa é a semelhança com utilitários Chevrolet em diversos pontos: os vincos nos pára-lamas lembra o de S10 e Blazer, enquanto a grade e o friso que divide os faróis (fachos alto e baixo em cima, de superfície complexa, unidades de neblina e luzes de direção embaixo) remetem ao extinto Silverado e a picapes americanos da GM.

Mas a Fiat não está sozinha: a Renault optou pela mesma polêmica e a Citroën, ainda que com um desenho mais suave, sofre com a dificuldade de harmonizar um carro tão alto. Em relação aos concorrentes, o Doblò tem a vantagem do jeito mais agressivo, que pode cativar os que apreciam utilitários-esporte e picapes. Não pela traseira, porém: as lanternas estreitas e compridas e as duas portas fazem lembrar apenas furgões e vans utilitárias como seu irmão maior, o Ducato.
Continua

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Data de publicação deste artigo: 11/6/02 - Foto do painel: divulgação

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