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A alternativa dos coreanos

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Todo novo e com agradável conjunto, o Hyundai
Accent volta à competição entre os sedãs pequenos

Texto e fotos: Fabrício Samahá

Se o leitor está interessado em um três-volumes de pequeno porte, na faixa dos R$ 30.000, já deve ter pensado em Corsa Sedan, Clio, Siena, talvez em Polo Classic e Seat Cordoba. Mas a coreana Hyundai, que retornou ao mercado em 2000 depois de duas experiências negativas com importadores anteriores, oferece uma boa alternativa na categoria: o Accent GLS, já em sua segunda geração.

A Coréia do Sul é bom exemplo de país com indústria automobilística recente e de rápida evolução: surgiu há praticamente três décadas, duas após a brasileira, e já conquistou uma independência em projeto e fabricação que a nossa ainda não exibe. Sucessor do Excel, o Accent nasceu no Salão de Frankfurt de 1994 e chegou ao Brasil no Salão do Automóvel do mesmo ano. Pela primeira vez um Hyundai trazia tecnologia própria, não mais emprestada da japonesa Mitsubishi.

As linhas do Accent de segunda geração abandonam as curvas "orgânicas" do anterior, mas permanecem discretas

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A atual geração desembarcou aqui na reintrodução da marca pelo grupo CAOA, no ano passado. Além do desenho refeito, a distância entre eixos cresceu 4 cm (agora 2,44 m), a largura 5 cm e o comprimento 12 cm (para 4,235 m), este deixando-o próximo a modelos de segmento superior como o Astra. Talvez por isso a Hyundai o defina no Brasil como um mid-size (tamanho médio), quando na verdade é um carro pequeno pelos padrões internacionais.

Sem revolucionar, o novo estilo adota formas mais angulosas e agressivas, tendência mundial. Da grade e faróis maiores ao vinco na linha de cintura, o Accent ganhou presença e afastou-se das linhas "orgânicas" que caracterizavam os modelos de cinco anos atrás. Capô e porta-malas permanecem baixos, como é usual em desenhos orientais, e o motorista consegue enxergar a tampa do motor à sua frente, algo raro hoje. O coeficiente aerodinâmico (Cx) é bastante bom, 0,32.

Clique para ampliar a imagem Rodas de 13 pol não contribuem para a aparência, mas este Hyundai mostra comportamento dinâmico bem adequado ao desempenho do motor de 99 cv

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Os faróis agora são de superfície complexa (não polielipsoidais, como informa erroneamente sua publicidade -- deste tipo são os pequenos faróis usados no Marea e Brava, por exemplo) e a grade traz detalhes verticais cromados, de gosto discutível. As lanternas traseiras verticais permitem vão de acesso ao porta-malas mais largo, uma vantagem. Ponto negativo são as rodas de apenas 13 pol com pneus 175/70, medidas superadas por modelos de 1.000 cm3 como Clio 16V e Palio ELX. Rodas de 14 pol com pneus 175/65 trariam mais volume e aparência, sem onerar muito o custo final.

A renovação do Accent abrange o interior, também com linhas mais retas que no primeiro modelo. O painel permanece simples e funcional, com conta-giros e o marcador de combustível sempre ligado, uma conveniência. Mas os hodômetros deveriam ser digitais, para dificultar a adulteração por vendedores desonestos, e o volante de três raios agrada apenas na região de pega, sendo o restante muito rígido. À sua esquerda, um porta-objetos complementa os bons espaços no console e nas portas dianteiras.

O acabamento geral é razoável, embora com senões como a forração de vinil no teto e o revestimento simples e áspero dos bancos. Com ajustes de altura e inclinação do assento, de apoio lombar do encosto e de altura do volante, o motorista encontra boa posição de dirigir, beneficiada pela correta colocação dos pedais. Já o banco traseiro é baixo, tem assento curto e pouca largura, oferecendo conforto apenas regular para duas pessoas. Seus apoios de cabeça incorporados ao encosto impedem a regulagem em altura.

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Interior tem acabamento simples mas correto e boas soluções, como o marcador de combustível sempre ligado; sistema de áudio deveria contar com toca-CD - Clique na imagem para ampliar

Banco do motorista conta com ajuste de altura, inclinação (os comandos giratórios no assento) e apoio lombar (a alavanca no encosto): boa posição de dirigir

Há bons detalhes de conveniência: três porta-copos, luz de aviso para portas mal fechadas e cinto desatado, comando interno das tampas do porta-malas e de abastecimento, luz traseira de neblina, ajuste do temporizador do limpador de pára-brisa. A Hyundai poderia, contudo, providenciar uma antena mais prática (é telescópica e montada na traseira), comando da trava das portas a distância (item de conveniência e segurança pessoal) e temporizadores da luz de cortesia e dos controles elétricos de vidros.

O sistema de áudio conta apenas com rádio/toca-fitas, que poderia dar lugar a um CD, e tem qualidade de som modesta. A capacidade de bagagem, 334 litros, está bem abaixo dos concorrentes nacionais (os maiores, Clio e Siena, ficam em torno de 500 litros) e a carga das molas da tampa deveria ser revista: no carro avaliado, quase zero-quilômetro, era preciso erguê-la com as mãos.
Continua

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Tratamento de imagens: André Peretti

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