Motor moderno, bom desempenho   O motor do Accent atual deriva do lançado na primeira geração, denominado Alpha e de projeto e fabricação coreanos. O cabeçote de três válvulas por cilindro (sendo duas de admissão) deu lugar a um de quatro válvulas, o que trouxe ganho de 11 cv em potência (agora 99 cv) e 0,3 m.kgf em torque (passou a 13,6 m.kgf). Este é obtido em regime mais alto, 4.000 rpm em vez de 3.050, mas nota-se boa distribuição por toda a faixa de trabalho.

Com bom nível de vibração (o de ruído é regular apenas) e câmbio escalonado com vistas ao desempenho (saiba mais sobre técnica), o sedãzinho da Hyundai anda bem. Responde rápido ao acelerador, acelera de 0 a 100 em 10,5 s e chega à velocidade máxima de 180 km/h, segundo o importador. São marcas compatíveis com as de Clio, Corsa e Siena 1,6 16V, Cordoba 1,6 e Polo 1,8 (estes de oito válvulas apenas), pois todos ficam em torno de 100 cv de potência.

O Accent também está bem inserido na categoria em consumo, com marcas divulgadas de 11,4 km/l em cidade e 17,5 km/l em estrada. O comando de câmbio é agradável e não existe trava desnecessária para engate da ré, como no Fiat. A embreagem possui acionamento hidráulico e pode-se optar pelo câmbio automático, que apenas o Corsa oferece entre os adversários citados.

Frente ganhou agressividade na nova geração, só que os bons faróis não são do tipo que a Hyundai divulga; grade com detalhes cromados verticais divide opiniões

Suspensão e freios adotam receitas conhecidas e o Accent mostra comportamento confiável em curvas e frenagens. Não é oferecido sistema antitravamento (ABS), mas o pedal permite boa modulação, e os pneus 175/70 não chegam a comprometer a velocidade em curvas. Poderia ter sido mantido, porém, o renomado fornecedor do modelo antigo (Michelin), trocado pelo coreano Kumho.

O carro passa bem por lombadas, mas é preciso cuidado nas mais altas para não raspar os ganchos inferiores da frente no solo. A absorção de irregularidades e vibrações precisa melhorar para chegar ao padrão de Siena e Clio, por exemplo, o que raramente é conseguido por produtos importados -- nossas peculiares condições de piso demandam testes e modificações ao alcance apenas de fabricantes instalados aqui.

O Accent GLS custa R$ 29.950, passando a R$ 32.400 com ar-condicionado e a R$ 33.400 com ar, bolsa inflável do passageiro e comando das portas a distância. Se o conjunto equilibrado ainda não convenceu, resta um bom argumento a favor deste coreano: a garantia total de quatro anos ou 80 mil km e de 11 anos contra corrosão, que deixa longe a concorrência brasileira e argentina. O retorno da Hyundai tem mesmo um sabor de disputa séria por um lugar no mercado. Continua