Variação contínua
Os motores do novo A4 seguem o conceito
básico dos anteriores, incluindo as cinco válvulas por cilindro, mas há
grandes novidades: coletor de
admissão de geometria variável (duas posições); comandos
de válvulas variáveis, sendo os
de admissão com variação contínua e os de escapamento com duas
posições; árvore de
balanceamento, que anula vibrações; e acelerador
eletrônico (drive-by-wire). |
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Os novos
motores de 2,0 (esquerda) e 3,0 litros dispõem de comandos e coletor Na versão de entrada vem agora um 2,0-litros de 130 cv em vez do 1,8 de 125
cv. A maior vantagem está no torque, que passou de
17,1 para 19,8 m.kgf. Com ele o carro acelera de 0 a 100 km/h em 9,9 s e alcança a velocidade máxima de 212 km/h. A opção seguinte
-- o conhecido 1,8 Turbo de 150 cv, apto a 0-100 em 8,9 s e máxima de 222
km/h -- retorna ao mercado em dezembro, enquanto o V6 de 2,4 litros e
165 cv volta apenas em meados de 2002. |
![]() A transmissão de variação contínua Multitronic
utiliza uma corrente de alta resistência e tem a proeza de reduzir
o consumo em relação ao manual de cinco marchas |
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Transmissões
de variação contínua (CVTs), em que uma correia ou corrente
move-se entre duas polias cônicas, gerando uma mudança
gradual de relações de marcha, não são novidade. O DAF
holandês foi o pioneiro, nos anos 60, e o sistema voltou ao
mercado há cerca de 15 anos no Uno italiano, no Fiesta e em
alguns japoneses. Mas o Multitronic da Audi, disponível no A6
e agora no A4, leva mais longe as virtudes desse sistema. Para começar, sua variação de relações vai de 2,1:1 a 12,7:1, ou seja, mais de seis vezes -- antes mal chegava a cinco. O resultado são marchas inferiores curtas, para maior agilidade, e uma sexta extremamente longa, para viajar pelas autobahnen alemãs com nível de ruído bastante baixo. Observe-se que as seis marchas são "virtuais", ou seja, criadas pela posição da corrente entre as polias, não havendo engrenagens. A Multitronic também supera uma limitação das CVTs conhecidas, a de transmitir torque elevado: a corrente composta por placas articuladas obteve resistência suficiente para os mais de 30 m.kgf do motor V6 do A4. Outra peculiaridade da CVT é permitir o aumento de velocidade sem o correspondente aumento de rotações, o que é ótimo para reduzir consumo e emissões, mas gera uma desagradável sensação de ruído constante, que o comprador de um A4 dificilmente aceitaria. A solução foi adotar o DRP, sistema eletrônico que "cria" relações de marcha de acordo com o modo de dirigir. Em uso esportivo, os giros sobem e descem a cada marcha como num automático convencional, com a vantagem de não haver o tranco da interrupção de torque das trocas de marcha. |
A
alavanca no console é semelhante à do Tiptronic, mas possui
apenas as posições P (estacionamento), R (ré), N
(ponto-morto) e D (drive), além da conhecida seleção
de marcha superior (+) ou inferior (-). A mesma escolha pode
ser feita por botões nos raios superiores do volante, com uma
novidade: a alavanca pode ser mantida em drive,
bastando acionar um dos botões para a função manual entrar
em operação. O sistema chega a detectar que o motorista não
mais deseja a operação manual depois de 10 s sem uso dos
comandos, retornando ao modo automático.![]() E como é dirigir o A4 com Multitronic? Muito simples: ela funciona como um automático dos mais rápidos, suaves e eficientes, além de permitir o "controle do veículo" que muitos só encontram no câmbio manual. Em nenhum momento, em mais de 100 km rodados na avaliação, o câmbio efetuou uma manobra indesejada ou deixou de operar o que se esperava. E ainda consegue uma proeza: como não utiliza conversor de torque, que sempre traz perdas de rendimento nos automáticos comuns (incluindo Tiptronic e similares), a aceleração e o consumo do carro chegam a ser melhores com a Multitronic que com câmbio manual. Uma revolução. |
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