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Aos quase 40 anos, o conceito básico do Porsche 911
mostra-se muito válido em uma avaliação em Interlagos

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Dirigir um Porsche 911 Carrera Coupé naquela pista molhada não podia deixar de ser emocionante. Era uma rara oportunidade concedida a alguns órgãos de imprensa de pilotar esse mito sobre rodas, no Autódromo José Carlos Pace, no bairro de Interlagos, em São Paulo, durante a sétima Advanced Driving School do Porsche Club do Brasil (leia mais adiante).

Ao volante, a sensação da cabine espaçosa para um carro esporte, mas sem excesso. Tudo bem à mão -- volante, alavanca do câmbio manual de seis marchas, controles secundários de limpador e comutador de faróis. Logo abaixo desses últimos, o comando do computador de bordo à esquerda e o do controlador automático de velocidade à direita. O som do motor de seis cilindros contrapostos, boxer, tem o ardido de todo Porsche, que o torna inconfundível e que passa incólume pelo capacete -- e pelo tempo. Pedais, perfeitos.

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O autor e o Porsche 911 Carrera avaliado no Autódromo José Carlos Pace, em
São Paulo: satisfação com a plena validade de uma arquitetura de quatro décadas

Difícil acreditar que estávamos dirigindo um carro cuja arquitetura surgiu praticamente há 40 anos, no Salão de Frankfurt de 1963, o motor localizado lá na extremidade traseira. Difícil porque tudo está de acordo com os nossos dias, resultado de incessante evolução. Como a de 1994, quando a suspensão traseira de braço semi-arrastado e barra de torção deu lugar ao eficiente multibraço com mola helicoidal chamado de Weissach, nome da pequena cidade alemã onde fica o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Porsche. Depois foi a vez do motor refrigerado a água, em 1997, quebrando a longa tradição de arrefecimento a ar da marca.

O modelo que a Stuttgart Sportcar, importadora Porsche, colocou à disposição dos jornalistas era 1998. As principais diferenças em relação ao modelo 2002 (leia apresentação) são a cilindrada, que passou de 3,4 para 3,6 litros, e a adoção do levantamento variável das válvulas de admissão, pois o carro em que andamos só possui variador de fase de admissão.

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Mesmo sem contar com as últimas evoluções do 911, o modelo de 1998 cativa pela
potência bem distribuída e pelo comportamento dinâmico seguro e eficiente

A potência passou de 300 para 320 cv, sempre a 6.800 rpm. O torque, de 35,6 m.kgf a 4.600 para 37,7 m.kgf a 4.250 rpm. A aceleração de 0 a 100 km/h melhorou de 5,2 para 5,0 s e a velocidade máxima de 280 para 285 km/h (valores com caixa manual de seis marchas, que manteve inalterada as relações, inclusive a do diferencial). Nas rodas e pneus, mudança apenas no aro 18 opcional (de série continua 17 pol), em que os pneus traseiros passaram de 265/35 para 265/30 e a tala do aro dianteiro aumentou de 7,5 para 8 pol. O 3,6-litros, mesmo mais pesado (de 1.320 para 1.345 kg em ordem de marcha), consome menos, segundo a Porsche: passou de 5,8/11,8 km/l para 6,2/12,3 km/l, cidade e estrada. As carrocerias são praticamente iguais: a do novo é apenas 5 mm mais larga.

A impressão é mesmo a de um puro-sangue. O motor responde mesmo bem abaixo da rotação de torque máximo, que é 4.600 rpm. Trocando de marcha a 7.000 rpm -- como é bom ter o conta-giros bem na frente, no meio de todos os instrumentos -- a sensação de ser empurrado pelas costas impressiona e empolga. Em pouco tempo chega-se a 200 km/h (a fábrica informa 18,3 s a partir da imobilidade).

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Apesar do motor "pendurado" na traseira, o 911 tende a sair de frente em curvas no
limite, mas pode ser provocado com o acelerador ao se desativar o controle de tração

Os freios esbanjam potência e incutem confiança. Com a pista molhada, o sistema antitravamento (ABS) cumpria seu papel com perfeição. Para quem não é piloto, o controle de tração ajuda bastante nessas condições críticas. Ao acelerar do meio das curvas em diante, a luz amarela piscava no painel, indicação de que o sistema estava atuando. Uma tecla no painel permite desligar o controle de tração, mas este volta ao padrão ligado a cada partida do motor. Continua

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Data de publicação deste artigo: 17/9/02

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