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Concorrência à vista

A Peugeot mostra o 307, médio-pequeno espaçoso
e bom de dirigir que chega em março ao Brasil

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: Fabrício Samahá e divulgação

Depois de crescer 45% este ano (janeiro a setembro sobre o mesmo período de 2000) com a produção nacional do 206 1,0-litro, a Peugeot passa a um segmento superior: chega em março ao Brasil o 307, médio-pequeno lançado na Europa em março último, a cujo lançamento sul-americano o Best Cars Web Site esteve presente, na belíssima Punta del Este, no Uruguai.

Sucessor do 306, produzido na Argentina e vendido aqui desde 1994, o carro não tem previsão de ser fabricado na América Latina. As unidades de Sochaux e Mulhouse, na França, devem suprir a demanda mundial com estimadas 550 mil unidades no primeiro ano completo de mercado -- e só então haverá oferta para trazê-lo ao Brasil. A primeira versão terá o motor 1,6 de 16 válvulas e 110 cv do 206 e do "primo" Citroën Xsara; no segundo semestre vem o 2,0-litros 16V de alumínio com 138 cv, o mesmo de C5 e Picasso (nesta limitado a 118 cv).

Amplo, sobretudo alto, o 307 conquista pelo espaço e traz soluções comuns a minivans. Mas seu comportamento dinâmico é típico dos automóveis da marca, transmitindo confiança

A primeira surpresa com o 307 é seu porte volumoso, mais do que aparenta nas fotos. Se o comprimento (4,2 m) e o entreeixos (2,61 m) são comuns no segmento, a largura (1,73 m) e a altura (1,51 m, 15 cm mais que o 306!) estão entre as mais generosas, conferindo ótimo espaço interno. A segunda impressão: esse hatchback aproxima-se muito de uma minivan em detalhes como o enorme pára-brisa (1,46 m2 de área), o ângulo entre este e o capô e o pequeno vidro fixo nas janelas dianteiras, como na Renault Scénic. O pára-brisa atérmico reduz a absorção de calor.

O 307 não partilha a plataforma do Xsara, mas inaugura uma nova dentro do grupo PSA (Peugeot/Citroën). Além de avanços em rigidez estrutural e segurança passiva, a carroceria traz capô em alumínio e pára-lamas de material composto. O coeficiente aerodinâmico regular, 0,31, aliado à grande área frontal de 2,23 m2, resulta no mesmo valor final de seu antecessor: 0,69. Apesar da grande semelhança com o 206, suas linhas são modernas, agradáveis e de forte personalidade diante da concorrência, com destaque para os faróis "felinos" e os traços fortes e robustos.

As linhas lembram muito as do 206, mas têm personalidade dentro do segmento. Além da versão 1,6 16V de 110 cv haverá a 2,0 de 138 cv, no segundo semestre de 2002

O interior mostra um ambiente atual e bem-acabado. Ajustes de altura do volante e do assento e da profundidade do volante permitem ótima posição de dirigir e ampla variação de altura -- pode-se escolher entre a posição de um esportivo ou de uma minivan. Na versão avaliada, XS Premium, parte do painel tem acabamento em tom de alumínio e a seção superior acompanha ou contrasta com a cor externa do carro, detalhe interessante que não deve ser adotado aqui.

Os instrumentos, funcionais e de fácil leitura, aliam-se ao computador de bordo; o ar-condicionado, com controle automático de temperatura, resfria também o porta-luvas. No teto há um porta-óculos e sobram espaços para objetos, incluindo gavetas sob os assentos, no melhor estilo minivan. De capacidade mediana, 341 litros, o porta-malas possui rede de retenção e traz o estepe por dentro, sob o assoalho.

No interior bem-acabado, painel de bom gosto com computador de bordo, parte central em prata e a seção superior colorida. A posição de dirigir varia de esportivo a minivan

O BCWS dirigiu duas versões do 307: a 1,6 16V que teremos aqui e a HDi, com um moderno turbodiesel de 2,0 litros, injeção de duto comum (common rail) e 90 cv, que não pode ser vendida no Brasil porque esse combustível é proibido para automóveis. Isso se deve a seu elevado consumo dentro da matriz energética do país, que leva à necessidade de importar esse derivado. A primeira conserva as sensações do Xsara: a 2.000 rpm já oferece 85% do torque máximo, permitindo boas retomadas e aceleração de 0 a 100 km/h em 11,6 s.

O câmbio tem engates e relações corretas, embora a Peugeot anuncie que serão encurtadas para atender à suposta preferência nacional -- a nosso ver, plenamente desnecessário. Como o motor "urra" bastante acima de 5.000 rpm, a expectativa é que o 307 se torne bem menos silencioso em velocidades de viagem. Mas agrada a sensação de segurança andando próximo à máxima de 190 km/h, possível em trechos das boas estradas uruguaias.
Continua

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