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Técnica

Cientes de que isso não agradava a muitos motoristas, alguns fabricantes desenvolveram CVTs que imitam câmbios manuais — como já ocorrera com os automáticos comuns desde que a Porsche lançou o 911 com Tiptronic, em 1989. A primeira foi a citada M6 Hyper-CVT da Nissan, que estabelecia seis marchas “virtuais".

O M6 Hyper-CVT da Nissan: mudanças
manuais seqüenciais ao estilo do Tiptronic

Rodando no modo manual, a caixa simulava as seis relações, trocadas ao comando do motorista, porém sem a variação contínua. Em teoria seria possível estabelecer quantas marchas se quisesse, mas seis são mais que suficientes para qualquer carro atual (veja também no artigo sobre escalonamento).

Já a Honda preferiu sete na versão do CVT com esse recurso oferecida para o Fit em muitos mercados — não no brasileiro, ao menos por enquanto —, cujas mudanças se operam por botões no volante.

O recurso das relações “virtuais" abre possibilidades interessantes: uma, haver um escalonamento de câmbio adequado a cada perfil de uso, no mesmo automóvel. Suponhamos que dois motoristas, ambos adeptos das trocas de marcha manuais, compartilhem um carro mas tenham modos de dirigir diferentes.

Um roda em baixas rotações e de modo mais suave; outro gosta de mudanças freqüentes, utiliza rotações mais altas e aprecia a sonoridade da pequena queda de giros do motor a cada troca de marcha. Eles poderiam obter, de um carro só, dois tipos diferentes de escalonamento: um mais aberto, para o primeiro usuário, outro mais fechado para o segundo.

Outra seria estabelecer escalonamentos distintos, permutados automaticamente, de acordo com o temperamento do motor de características variáveis — campo em que a própria Honda surpreendeu com o sistema VTEC em 1990, que no esportivo Civic VTi resultava em dois motores num só. Como as relações das marchas eram fixas, foi preciso encontrar um escalonamento que atendesse aos “dois” motores. Ocorreu que com o motor dócil (a fase em que o comando de válvulas mais manso atuava) as marchas ficaram próximas demais e, com o bravo, muito distantes.

É apenas uma questão de tempo.

Tire as dúvidas sobre o CVT
O câmbio oferecido no Honda Fit traz tantas peculiaridades de funcionamento, em relação aos manuais e automáticos que conhecemos, que o BCWS preparou um guia no formato de perguntas e respostas para esclarecer as principais dúvidas que o leitor possa ter.

> É possível dar partida com uma marcha engatada?

Não. Como nos automáticos comuns de hoje, o motor de partida só é acionado se a alavanca estiver em P ou N.

> As relações de marcha variam também em marcha à ré?
Sim, mas em menor proporção: vai de 1,326 a 2,367 apenas. Contudo, nessa marcha funciona um limitador antecipado de rotações, a cerca de 4.800 rpm, que também atua nas posições P e N. Em função dele, a velocidade em ré não supera 40 km/h, a média dos carros de câmbio manual.

> O que acontece ao engatar a ré ainda rodando para a frente?

Em baixa velocidade, até por volta de 10 km/h, a marcha à ré é engatada. Mas o carro só interrompe o movimento, passando a rodar para trás, ao ser acelerado. Continua

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