O recurso de encurtar o câmbio para compensar um motor subdimensionado seria usado outras vezes mais tarde, como no Tempra (em 1992) e no Logus 1,8 (em 1994). Neste VW o encurtamento foi de absurdos 14%. Lançado já na época em que a
"política da caixa curta" estava em vigor na marca, o esportivo Pointer GTi chegava
a atingir a velocidade máxima no limite de rotações do motor,
"cortando", já bem além da rotação de maior potência. Não por outra razão, sua velocidade final era
menor que a do não-esportivo Pointer GL, de mesmo motor e câmbio mais longo.
Voltando mais no tempo, quando o Opala passou a ter quatro marchas, a segunda do três-marchas foi dividida, tendo a primeira e a última marchas permanecido sem alteração. Com o motor seis-cilindros de bastante potência em baixas rotações, aquelas quatro marchas atrapalhavam mais do que ajudavam. Três eram mais que suficientes.
É por isso que se diz no meio automobilístico, com toda propriedade, "câmbio certo não melhora, câmbio errado atrapalha".
Finalmente, há o aspecto da durabilidade. Marchas mais longas tendem a trazer maior vida útil ao motor, por impor menor rotação. Quando a GM lançou o Kadett GS, em 1989, o câmbio curto gerou casos de desgaste prematuro, situação contornada já no ano seguinte com um providencial alongamento de diferencial (de 3,94 para 3,72) e de pneus, que passaram de 185/60-14 para 185/65-14. Continua
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