Vida de pneu não é
fácil. Enfrenta calor, frio, chuva, buracos, lombadas,
irregularidades. Para ajudá-lo nessa tarefa você precisa tomar
alguns cuidados periódicos, que mostramos nesta série, começando
por pressão de enchimento e alinhamento de direção.
Na
pressão certa Utilizar a pressão de enchimento, ou calibragem, correta é indispensável para obter
estabilidade, conforto e durabilidade dos pneus. Pressão insuficiente
deteriora o pneu: ele se aquece em demasia, sofre fadiga prematura da carcaça e desgaste excessivo nas bordas, o que reduz sua vida útil.
Como aumenta o atrito com o solo, o carro perde desempenho, consome mais e a direção fica mais pesada. Mais macia e flexível, a carcaça prejudica a estabilidade
e o pneu fica mais sujeito a danos no impacto com buracos ou obstáculos. Em pista molhada, os sulcos por onde a água se escoa tendem a fechar, facilitando a
aquaplanagem.
Demais
também faz mal Por outro lado, pressão excessiva também traz problemas. O pneu muito cheio oferece menor aderência ao solo. Por se apoiar mais no centro da banda de rodagem, ocorre desgaste irregular, o que também o condena mais cedo. A menor flexibilidade da carcaça pode melhorar a estabilidade, mas torna o carro duro e desconfortável, transferindo à suspensão uma carga maior de impactos e vibrações. E ainda
tensiona a estrutura dos flancos, tornando-os mais sensíveis a cortes em piso com pedras.
A calibragem dos pneus deve ser semanal. Como os medidores dos postos nem sempre são aferidos, o ideal é ter um calibrador portátil para verificá-los ainda em casa, com os pneus frios. É importante que o carro não tenha rodado mais de um quilômetro nem sido exposto ao sol nas últimas horas. |

Isso porque a rodagem aquece o pneu, eleva a pressão e falseia sua medição em até 4
lb/pol2 (libras por polegada quadrada, tradução do inglês psi,
pound square inches).
Mais
cheio na estrada Alguns motoristas
conservam o conceito de reduzir a pressão durante uma viagem, temendo que o aquecimento faça o pneu estourar -- risco inexistente nos pneus modernos. O correto é
aumentar a pressão em algumas libras antes do percurso, o que reduz o aquecimento e o desgaste. Se não houver recomendação a respeito no manual do veículo,
podem-se acrescentar 2 lb/pol2 à pressão normal para rodar em velocidade por mais de uma hora.
Embora não submetido aos esforços dos demais pneus, o estepe também perde pressão. Deve-se calibrá-lo uma vez por mês com uma pressão superior em 5 lb/pol2 à maior utilizada nos outros pneus (carga máxima), para compensar as perdas que venham a ocorrer até sua eventual utilização.
Andando
na linha Ainda que a olho nu possam parecer paralelas e perpendiculares ao solo, as rodas de um carro trabalham com pequenas variações de posição. Essas medidas de alinhamento servem para corrigir deformações que ocorrem em componentes como buchas e rolamentos durante a rodagem. Se fossem exatamente paralelas, as rodas se afastariam do paralelismo quando o carro estivesse em movimento.
As especificações da geometria de suspensão podem se desajustar com o desgaste de componentes ou
por impactos em buracos, lombadas e obstáculos.
O desalinhamento da direção prejudica a estabilidade, pois os pneus deixam de trabalhar na posição prevista pelo fabricante. Ocorre também consumo prematuro e irregular da banda de rodagem, desgastando-a em "escamas", em "ondas" (diagonalmente) ou mais em um dos lados.
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