A série II aparecia em 1968 com novo chassi reforçado em "X" e motor 350 do Corvette, que podia dar lugar ao bloco grande 454 de 7,45 litros

O Phaeton (branco) e o Roadster da série III ganhavam alterações de gosto discutível; o motor V8 305 deixava o desempenho mais modesto

O modelo da série IV (em cima), um tanto desproporcional, e o Touring Sedan da série V, que levava a extremos o tamanho e a excentricidade

Foi também apreciado por poderosos de Las Vegas e milionários do petróleo do Oriente Médio. De fato, não estava ao alcance dos comuns: custava na época US$ 7.450, o dobro de um Dodge Charger ou de um Morgan, que poderia ser considerado um concorrente. Em 1966 entrava em cena o modelo Phaeton SS, com quatro lugares. Por esse motivo a capota de lona era maior e com linhas bem retas. Com a traseira vertical, o pneu de reserva era alojado no para-lama direito. O acesso dos passageiros aos bancos de trás não era nada bom e o espaço também ficava um pouco a dever. Visto de lado, perdia um pouco o tom nostálgico, já que a frente muito grande destoava do conjunto, assim como os pneus muito largos. Em 1968 entrava no mercado a série II, com ligeiras modificações nos para-lamas. O chassi do Lark era abandonado e um novo, um pouco maior, havia sido desenhado pela fábrica com reforços em forma de “X”. Outra novidade era o capô em chapa de alumínio. Também mudava o mascote: dentro do arco de metal estava a famosa espada do rei inglês.

A suspensão passava a ser a do Corvette e o motor reduzia-se para o V8 bloco-pequeno Chevrolet de 5.733 cm³ (350 pol³), sendo a potência mantida em 300 cv com os equipamentos antipoluição obrigatórios. Mais luxuoso e bem-acabado, o preço subia para exorbitantes US$ 12 mil. Vinha com ar-condicionado, radio estéreo, volante com ajuste de altura, freios servoassistidos, diferencial autobloqueante e rodas cromadas. Havia também a opção do motor mais potente do Corvette, o bloco grande de 7.455 cm³ (455 pol³). Em 1975 a Excalibur lançava a série III com mudanças significativas, mas algumas pouco felizes, como os para-lamas bem mais largos. Deixou-o com a aparência menos nostálgica. Já podia vir com dois estepes, protegidos por uma cobertura na cor da carroceria. Sobre eles estavam os retrovisores cromados. Abaixo dos quatro faróis circulares, sendo os principais maiores, vinham quatro buzinas em forma de corneta com acabamento também cromado. Os estribos estavam maiores, no para-brisa havia três limpadores e as lanternas traseiras eram do Volkswagen, que aqui foram apelidadas de "Fafá". O carro estava longe de ser discreto.

O motor também entrava na dieta dos demais carros norte-americanos, por conta das normas de emissões poluentes e da eliminação do chumbo tetraetila da gasolina, o que baixou sua octanagem. Além disso, o padrão líquido de potência desde 1972 resultava em números menores. O V8 de 5.001 cm³ (305 pol³) desenvolvia 155 cv e 31,1 m.kgf. O modelo Phaeton media 5,25 m de comprimento com entre-eixos de 3,17 m e seu peso passava a 1.900 kg, bem distante da moderação do primeiro Excalibur. Com esse físico e o novo motor, chegava a 170 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em 15 segundos — o vento batia menos forte no rosto. O painel era todo remodelado, com instrumentos circulares e várias teclas, em um ambiente moderno como o pequeno volante de três raios. Com quatro lugares, vendia muito mais que o Roadster que dera origem à companhia, embora este fosse bem mais esportivo e com desenho mais agradável. Já trazia freios a disco nas quatro rodas e direção assistida. Esse foi um dos períodos em que a marca vendeu mais, com um total de 1.141 unidades.

A série IV se iniciava em 1980 com mudanças ainda mais extravagantes. Os para-lamas cresciam, estavam mais envolventes e podiam vir em cor diferente do corpo principal da carroceria. Tanto o Roadster quanto o Phaeton contavam com um pequeno porta-malas. O grande para-choque dianteiro cromado tinha três níveis de barras, o carro podia receber capota rígida nas duas configurações de carroceria e o para-brisa, agora em duas peças, estava mais inclinado. Ficava imponente, mas um tanto desproporcional. Por dentro tinha painel em madeira com sete mostradores. A lista de famosos proprietários crescia com o cantor Rod Stewart, o príncipe monegasco Rainier e o então ator Arnold Schwarzenegger. Não faltavam concorrentes. A California Custom Coach de Indianápolis, Indiana produzia o Elegant inspirado no Auburn e outro modelo copiado do famoso Cord, também com motor V8 Chevrolet ou Ford. Outra em Wisconsin era a Elite Heritage, que se inspirou no Duesenberg e usava propulsores Lincoln da Ford.

Em 1985, para celebrar os 20 anos de produção, 50 carros foram produzidos nas cores cinza e preto com muitos cromados e uma placa com a assinatura dos irmãos Stevens. Por dentro, muito luxo e couro Connolly, como nos Rolls-Royces. Começava também nesse ano a série V e estreava uma versão pouco discreta com quatro portas e teto fixo: o Excalibur Touring Sedan. Todos os vidros eram planos e grandes, dando maior visibilidade a essa limusine. Uma versão ainda mais luxuosa, batizada como Caesars Palace Special Edition, era equipada com o motor Chevrolet V8 350 de 300 cv. Nessa última fase da empresa eram fornecidos seis tipos de carroceria: Roadster, Phaeton, Royal, Limited, sedã e limusine. Esta chegava em uma de suas versões a ter quatro vidros laterais e perto de oito metros de comprimento.

Ao todo foram produzidos 3.166 exemplares da linha Excalibur entre 1965 e 1989. Foi uma pioneira em réplicas muito bem feitas — e fiéis no começo da produção, característica abandonada mais tarde. Houve boa aceitação também na Europa. Hoje são muito bem cotadas, não importam o ano e a versão. Brook Stevens e seus funcionários fizeram um belo trabalho.

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