Toda a seção dianteira do 541 abria-se para acesso ao motor de seis cilindros, 4,0 litros e 135 cv; a tampa do porta-malas movia-se para trás

A versão S (também na foto que abre este artigo) vinha com motor mais potente, caixa automática, cintos de segurança e grade convencional

Embora mais curto e estreito que o Interceptor, o cupê era relativamente amplo para os padrões europeus: 4,47 metros de comprimento, 1,60 m de largura, 1,37 m de altura e 2,67 m de distância entre eixos. O motor fornecido pela também inglesa Austin, já usado pelo outro cupê da Jensen, tinha seis cilindros em linha, 4,0 litros, comando de válvulas no bloco e três carburadores SU. Com potência de 135 cv, os índices de desempenho eram muito bons para seu tempo: velocidade máxima declarada de 193 km/h (a revista inglesa The Motor atestou 186 km/h em teste) e aceleração de 0 a 96 km/h em 10,7 segundos.

A caixa básica era manual de quatro marchas sincronizadas, mas havia opção por uma caixa overdrive Laycock de Normanville, com a qual as quatro marchas vinham mais curtas e havia uma marcha adicional para baixar a rotação, que ainda servia para obter velocidade máxima. A tração era traseira e as suspensões seguiam um conceito comum à época: dianteira independente com molas helicoidais, traseira com eixo rígido e molas semi-elíticas. Os freios a tambor Girling atuavam nas rodas de 16 pol com pneus 5,50-16. Além do overdrive, estavam entre os opcionais faróis especiais, escapamento duplo e rodas raiadas de 15 pol com pneus 6,40-15. A versão De Luxe estreava em 1956 trazendo, no conteúdo de série, todos os opcionais do 541 básico: escapamento duplo, cabeçote retrabalhado para taxa de compressão mais alta, caixa overdrive, conta-giros, desembaçador do para-brisa e rodas raiadas.

Havia mais: pela primeira vez em um carro inglês de quatro lugares, freios a disco — da marca Dunlop e dotados de assistência — nas quatro rodas, recurso ainda raro também em carros de outras origens. Até 1959, a Jensen produziu 226 unidades entre as duas versões, sendo 53 De Luxes. Uma opção mais elaborada aparecia em 1957, a 541 R. Praticamente igual na aparência, trazia alterações como caixa de direção com pinhão e cremalheira (mais leve e de respostas mais precisas) e freios a disco de série como no De Luxe. O motor de 4,0 litros vinha com cabeçotes retrabalhados e apenas dois carburadores para aumento de potência para 150 cv (o torque atingia 29,1 m.kgf). A revista Autocar aferiu a velocidade máxima de 205 km/h, que fazia dele o carro de quatro lugares mais veloz testado pela publicação. Oferecido ao lado do 541 básico até 1959 e como única versão por mais um ano, o R alcançou 193 unidades.

Mais largo e luxuoso, o 541 S era lançado em 1960. Embora mantivesse as linhas básicas da anterior, a carroceria ganhava 10 cm em largura (agora 1,70 m), o que melhorava as acomodações internas e a estabilidade, além de dar um aspecto mais imponente. O comprimento crescia 5 cm sem alteração no entre-eixos. O objetivo do aumento, ao lado do uso de grade dianteira convencional, era abrir espaço no cofre para um motor maior: o Hemi V8 da Chrysler, que Richard Jensen havia implantado em seu 541 De Luxe de uso pessoal. Contudo, nenhuma unidade saiu assim equipada por conta de dificuldades de fornecimento pela marca norte-americana.

A pedido de Donald Healey, piloto e construtor dos carros esporte Austin-Healey nos anos 50, um 541 S recebeu outro V8 originário dos Estados Unidos, o Chevrolet 327 de 5,4 litros. Os demais ficaram com a versão mais elaborada do Austin de 4,0 litros, com cabeçote de alto desempenho e duplo escapamento. Um diferencial autobloqueante Salisbury era usado, havia cintos de segurança diagonais nos bancos dianteiros como itens de série — primazia no país — e grande parte dos carros saiu da fábrica com uma caixa automática Hydramatic da GM modificada pela Rolls-Royce, com quatro marchas e alavanca na coluna de direção, em vez da manual com overdrive e comando no console central. Os pneus 6,40-15 vinham de série.

Com 127 exemplares feitos até 1963, o 541 S deu lugar ao CV8, modelo que mantinha suas dimensões de bitolas e entre-eixos do antecessor, mas adotava os desejados V8 de 5,9 e 6,3 litros da Chrysler.

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