O irmão menos formal do Escort

Primeiro Ford de dois lugares em 25 anos, o EXP (ao lado da
versão Mercury, o LN7) demorou a se consolidar entre os cupês

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Três volumes, dois lugares e muitos componentes em comum com o Escort: o EXP oferecia economia, mas era modesto em desempenho

O LN7, sua variação para a Mercury, ganhava esportividade com um amplo vidro traseiro e usava 10 vãos de entrada de ar em vez de dois

No início dos anos 60, Lee Iacocca decidiu desenvolver um carro de apelo esportivo com base na plataforma de um pacato sedã compacto. Do Ford Falcon originou-se em 1964 o Mustang, cujo êxito dispensa apresentação. Duas décadas mais tarde, em meio às duas crises do petróleo — de 1973 e 1979 —, a Ford dos Estados Unidos se via diante de uma situação complexa: o público desejava carros com estilo jovem, informal, mas não estava mais disposto a sustentar o alto consumo de combustível dos grandes motores. Isso levou a uma retomada do princípio que levou ao Mustang original: aplicar uma carroceria diferenciada e mais esportiva à plataforma de um despretensioso modelo de grande produção — desta vez o Escort, lançado nos EUA em 1981.

Se a arquitetura identificada como CE14, a suspensão (independente nas quatro rodas pelo conceito McPherson), o motor em posição transversal, a transmissão com tração dianteira e mesmo a distância entre eixos do Escort (de 2,39 metros) foram mantidos no novo projeto, a carroceria foi redesenhada por inteiro para que eles não pudessem ser confundidos de qualquer ângulo. Denominado EXP — aparentemente uma forma abreviada para "experimental", embora a Ford insistisse que o nome nada significava — e fabricado na unidade de St. Thomas, na província canadense de Ontário, o cupê de dois lugares apresentado no Salão de Chicago em abril de 1981 mostrava alguma criatividade no estilo.

As linhas retas e simples da carroceria combinavam-se a faróis retangulares em destaque, alojados em para-lamas mais altos que a seção central do capô, e não havia a tradicional grade dianteira — apenas duas fendas e uma ampla tomada de ar inferior no para-choque, onde também estavam as luzes de direção. Nas laterais notavam-se os arcos de para-lamas destacados e a pequena janela atrás das portas, que não evitava largas colunas traseiras. O porta-malas formava um terceiro volume, mas sua tampa levava junto o vidro traseiro, e as lanternas eram também grandes. O Cx 0,36 estava adequado à época. Por dentro, ar-condicionado e revestimento em couro opcionais davam algum requinte ao ambiente de formas simples, com muitos componentes cedidos pelo Escort. Volante de quatro raios e painel com instrumentos adicionais, caso do conta-giros, respondiam pelo ar esportivo.

Outras opções eram direção assistida, teto solar, sistema de áudio de boa qualidade, rodas de alumínio e um chassi para melhor comportamento, composto por uma suspensão recalibrada para maior firmeza e pneus Michelin TRX, em medida 165/70 R 365 (aro em milímetros) em vez de 165/70 R 13. Como acontecia em outros segmentos, uma versão foi elaborada para a marca Mercury. Lançado em simultâneo, o LN7 tinha frente semelhante à do EXP, mas com 10 vãos de entrada de ar em vez de dois, e ganhava traseira bem diferente: um enorme vidro formava o perfil habitual nos hatchbacks, afastando-o do padrão de três volumes da versão Ford. Contudo, a opção Mercury teria pouca aceitação e só duraria dois anos-modelo. Continua

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Data de publicação: 15/9/09

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