Eleito para durar

Em produção desde 1963, o Nissan President contou com apenas
três gerações e se manteve no topo da linha da marca japonesa

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Depois de dois anos em que os faróis vinham mais altos, o President assumia em 1965 este perfil tradicional e adotava a opção de motor V8

Grade e capô ganhavam imponência na remodelação parcial de 1973; embaixo, o interior luxuoso e bem-equipado do President de 1986

Embora tenha surgido em 1911 como Kwaishinsha Motorcar Works, a Nissan só em 1934 adotou o nome atual, uma contração de Nippon Sangyo ou Indústrias Japonesas. Se nos mercados de exportação ela usaria o nome Datsun até 1982, os japoneses sempre viram a marca original estampada em seus modelos. E, de fevereiro de 1963 até hoje, o topo de linha entre os automóveis Nissan tem sido o President.

Sua primeira geração, identificada pelo código H50, foi apresentada em um período em que a indústria nipônica estava concentrada em carros pequenos e econômicos — o Toyota Crown, lançado em 1955, era um dos poucos de grande porte. Imponente, o President ostentava ampla grade cromada e quatro faróis circulares. Tinha um estilo clássico, avesso a modernidades, mas com a elegância e a sobriedade esperadas de um carro que cumpriria no Japão o papel dos Cadillacs nos Estados Unidos e dos Mercedes-Benz na Alemanha.

Amplo com seus 4,85 metros de comprimento, o President usava um motor de seis cilindros em linha e 2.825 cm³, capaz de fornecer a razoável potência de 115 cv. Em setembro de 1965 o sedã passava por uma reformulação de estilo, em que os faróis passavam a vir ao lado da grade, podendo a frente se tornar mais baixa e arredondada. Grade, pára-choques, molduras de vidros e os retrovisores — dispostos no capô, um padrão japonês por muito tempo — eram cromados para realçar sua sofisticação.

O comprimento passava a 5,04 m com entreeixos de 2,85 m; o peso era de 1.600 kg na versão de topo. Nessa série, a H150, havia duas opções de motorização: o H30 de seis cilindros em linha e 2.974 cm³, com potência de 130 cv e torque de 23,9 m.kgf, e o Y40, um V8 de 3.988 cm³ desenvolvido para equipar esse modelo, com carburador de corpo quádruplo, 197 cv e 33 m.kgf. Ambas as unidades tinham comando de válvulas no bloco e estavam associadas a um câmbio automático com alavanca na coluna de direção e tração traseira. Se com o primeiro o desempenho já atendia às necessidades de um carro de luxo, com o segundo ele ganhava aptidão para competir com modelos europeus de prestígio — uma disputa que nunca ocorreu, porém, pois sua venda esteve restrita ao mercado interno. A suspensão dianteira era independente por braços sobrepostos; a traseira usava eixo rígido.

Uma reformulação estética parcial vinha em 1973 com o President H250, que mantinha as formas conservadoras da carroceria, mas estava maior (5,25 m, com mesmo entreeixos) e mais imponente. Os faróis vinham dentro de molduras cromadas e as luzes de direção estavam abaixo deles. O capô era mais alto na seção central para destacar a ampla grade, estilo inspirados nos carros de luxo americanos e europeus, e o pára-choque tornava-se mais volumoso. O motor de 3,0 litros não mudava, mas o V8 passava para 4,4 litros, com 200 cv e 35 m.kgf. Quatro anos depois era acrescentado o acabamento Sovereign, o mais luxuoso entre os nove disponíveis.

Longeva, a primeira geração — que seria produzida até 1989 — passou por maiores mudanças de estilo em 1982, com a adoção de faróis retangulares, associados a uma suspensão aprimorada. Após três anos estreava a versão Sovereign VIP. Por mais que a tradição imperasse, o President acusava a necessidade de um novo projeto, que viria no Salão de Tóquio em outubro de 1989. Continua

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Data de publicação: 9/12/08

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