

A segunda geração atualizava-se
por fora e por dentro, mantendo o ar discreto; o motor V8 tinha 278 cv e
as suspensões eram bem modernas

Pouco foi alterado no President
de 1990 a 2002, mas houve versões interessantes como a Royal Limousine e
este carro elétrico de desfile


Aos 40 anos, o grande Nissan
chegava à terceira geração em 2003 com motor V8 de 335 cv, linhas mais
arredondadas e o mesmo requinte |
A
geração JHG50 seguia formas mais atuais, com pára-choques integrados,
vidros faceados à carroceria e cantos arredondados. O interior enfim
assumia o aspecto dos carros de hoje e continuava muito requintado e
farto em equipamentos. As dimensões ainda eram muito amplas: 5,22 m de
comprimento, 3,03 m entre eixos. Novo também era o motor V8 de 4,5
litros e projeto
muito moderno, com comando nos cabeçotes,
variador de tempo das válvulas, virabrequim e bielas forjados, que
desenvolvia 278 cv e 40,7 m.kgf.
Associado ao câmbio automático de
quatro marchas com controle eletrônico, ele dava reações quase
esportivas ao grande sedã, apesar de seus 1.940 kg: bastavam 7,7
segundos para acelerar de 0 a 100 km/h. Além de rápido, estava muito
mais estável e seguro com a suspensão independente nas quatro rodas com
esquema multibraço, freios a disco também atrás, sistema antitravamento
(ABS), controle de tração e pneus 215/65 R 15.
Com menor entreeixos e frente e traseira diferenciadas, esse President
deu origem ao Nissan Q45 (no mercado interno) e ao Infiniti Q45, este o
primeiro modelo da marca de prestígio criada naquele ano com foco no
mercado dos Estados Unidos. A mesma carroceria curta seria oferecida, de
1993 em diante, na versão President JS. No mesmo ano, o modelo
convencional vinha com uma bolsa inflável para o ocupante do lado
esquerdo do banco traseiro — onde ficava normalmente o patrão, já que no
Japão o motorista se senta à direita.
Para os que exigiam ainda mais espaço e conforto, a Autech — empresa do
grupo responsável por projetos especiais — apresentava também em 1993 o
Royal Limousine, com nada menos que meio metro acrescentado entre eixos
e compartimentos separados para motorista e passageiros de trás. Outra
versão especial, de 1991, foi o carro de desfile President EV, um
conversível com barras de apoio atrás do banco traseiro e motor
elétrico, aplicado para uso em locais onde não convinha emitir
poluentes, como ao acompanhar maratonas. Com apenas 32 cv, o motor
estava limitado à velocidade de 40 km/h, suficiente para esse uso tão
específico.
No President normal de linha, o modelo 1994 recebia algumas alterações
visuais e o acabamento Sovereign retornava ao catálogo, apenas com
entreeixos longo. O Infiniti Q45 era substituído em 1998, mas o
President continuava o mesmo — ou quase, pois ganhava mais retoques de
aparência e já trazia bolsas infláveis frontais e laterais. E assim
perdurou até 2002, quando abriu espaço para a terceira geração do carro,
produzida de 2003 até hoje.
A série PGF50, baseada no Nissan Cima, estava mais arredondada e um
pouco menor, com 5,06 m de comprimento e 2,87 m entre eixos. Os grandes
faróis chamavam tanta atenção quanto a ampla grade, enquanto as
lanternas traseiras cresciam e passavam a ocupar a seção superior do
porta-malas. O President oferecia duas configurações, com quatro e cinco
lugares, a primeira mais luxuosa. Entre os controles no console central
traseiro, um comandava o modo de relaxamento dos bancos, em que o
dianteiro esquerdo se movia para frente para ampliar o espaço às pernas;
O motor permanecia V8 de 4,5 litros, mas pertencia à nova geração VK
(antes VH), com coletor de admissão variável
e válvulas de titânio. A potência subia para 335 cv e o torque para 47
m.kgf, e agora havia cinco marchas na caixa automática. Depois de 45
anos de produção, período no qual teve apenas três gerações, o President ainda transmite
a imponência de um carro eleito para durar.
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