Em 1978 estreava o furgão Panel Van, muito apreciado pelos surfistas

As séries TE, em cima, e TF perdiam o vínculo com o Kadett alemão

A versão ZZ/Z da linha TG, também na foto que abre este artigo: rodas esportivas, interior mais elaborado, defletores e o mesmo motor 1,6

O Gemini RB, de tração dianteira, não repetiu o sucesso dos anteriores

E os australianos ganhavam as versões perua (igual a nossa Marajó) e furgão, esta chamada de Panel Van assim como os modelos maiores do gênero na linha Holden. Em ambas, os estampos da parte traseira da carroceria vinham da Vauxhall inglesa. O Panel Van podia vir com laterais decoradas com imagens e faixas coloridas, retrovisores na cor do carro e rodas esportivas, mas usava os faróis circulares que o restante da linha havia abandonado.

Com a reformulação da linha de carros grandes da Holden em 1978, trazida pelo lançamento do primeiro Commodore, o modelo compacto ficou de repente fora de contexto. No ano seguinte, em outubro, a empresa mostrava a série TE do Gemini com as mais amplas alterações de estilo feitas até então. A frente adotava ampla grade e faróis retangulares dentro de molduras, embora o sedã básico viesse com circulares; os pára-choques metálicos ganhavam ponteiras de plástico e o dianteiro trazia as luzes de direção.

Como em 1979 o Kadett alemão era reprojetado, adotando motor transversal e tração dianteira, o Gemini foi mais um dos Carros T feitos mundo afora a perder a ligação com o modelo original europeu. Não mais havia o cupê, mas a perua e o furgão chegavam quatro meses mais tarde que o quatro-portas. O acabamento SL/X substituía o SL/E e, para o Panel Van, o destaque era a série especial Gypsy, com interior mais bem-acabado, bancos especiais, painel com conta-giros, console e adereços externos exclusivos. Era um fato que o furgão, além de carro para trabalho, atendia bem aos jovens que buscavam algo prático para passear e levar as pranchas de surfe.

O motor 1,6 foi o único da linha até 1981, quando a Isuzu passou a fornecer um 1,8 a diesel para o sedã SL/X — opção de pouco sucesso, talvez porque os australianos não precisassem de mais economia em um dos carros de consumo mais moderado que podiam ter. Novas alterações vinham em 1982 com a série TF: grade, faróis com as luzes de direção nas extremidades dos pára-lamas, painel redesenhado, volante mais alinhado com o motorista — antes estava voltado à esquerda, ou seja, ao centro do carro. O estilo estava igual ao do Isuzu Gemini lançado no ano anterior. A versão SL/E adotava lanternas traseiras inspiradas nas do Commodore e pára-choques de plástico, mudanças que chegariam ao acabamento SL na série seguinte, a TG.

À parte estas novidades, a última linha do Gemini de tração traseira era praticamente igual à TF, mas havia algo especial nela: a versão ZZ/Z, inspirada na ZZ/R da Isuzu. Não era um esportivo, pois mantinha o motor dos demais (ao contrário do “primo” japonês, dotado de duplo comando), mas adicionava defletores sob o pára-choque dianteiro e na tampa traseira, filetes ao lado do capô, rodas de alumínio, pára-choques na cor da carroceria e interior mais elaborado, com volante de quatro raios e seis mostradores no painel. E vinha sempre na cor prata.

A Holden aderia em 1985 à tendência da tração dianteira por meio do Gemini RB, disponível apenas como sedã. Seu estilo estava retilíneo e mais atual, com pára-choques envolventes de plástico, capô em cunha, grande área de vidros e tampa do porta-malas mais alta. Apesar da maior eficiência trazida pela nova disposição mecânica, o público não o recebeu bem: durou só um ano no mercado e apenas 16 mil foram vendidos — o pior resultado da história do modelo, que somou 242,5 mil unidades em 11 anos de produção. Em 1986, com a chegada do Holden Astra (sem relação com o Opel de mesmo nome: era na verdade um Nissan Cherry/Pulsar renomeado), o Gemini passava à história. Ainda hoje, os adeptos de carros baratos para adaptações de alto desempenho procuram bons exemplares da linha de tração traseira.

E o Isuzu Gemini? A versão cupê foi substituída em 1981 pelo Piazza e o sedã deu lugar, quatro anos depois, a uma nova geração com tração dianteira, versão hatch de três portas e opção de motor turbo de 1,5 litro — o novo carro foi vendido até pela Chevrolet americana com o nome Spectrum. Com total de cinco gerações, o nome perdurou até 2000. Antes disso, o modelo original chegou à Coréia do Sul pela marca Saehan, que em 1982 se tornava a Daewoo. Renomeado Daewoo Maepsy, o Gemini manteve-se no mercado coreano até ser sucedido em 1986 pelo Le Mans (outra vez uma variação do Kadett, só que do modelo 1985, igual ao brasileiro de 1989).

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