A força do alumínio

O metal foi parte do nome da Alvis, marca inglesa que se
destacou pela técnica e pelo requinte no acabamento

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Em 1919, Thomas George John e Geoffrey de Freville, que era um ex-funcionário da Bentley, fundaram a T .G. John Ltd. para fabricar motonetas, motores estacionários e corpos de carburadores. Uma poderosa empresa de produção de alumínio, a DFP, investiu na capacidade desses homens para que eles produzissem veículos de quatro rodas. Um ano depois nascia a Alvis Car and Engineering Company Ltd., na cidade de Coventry, na Inglaterra. O nome vinha da união de Al, símbolo do alumínio, e Vis, que significa forte em latim. O símbolo da marca era um triângulo vermelho.

Seu primeiro automóvel foi o pequeno 10/30, com motor monobloco (cabeçote e bloco em uma só peça) de quatro cilindros em linha, válvulas laterais e 1,5 litro e câmbio de quatro marchas. Sua compacta (3,88 metros de comprimento) carroceria em alumínio polido tinha traseira tipo "rabo de pato" e podia vir com dois ou quatro lugares. No 11/40 o motor era ampliado para 1,6 litro. Os modelos subseqüentes começaram a ser mais convencionais, com carrocerias de duas ou quatro portas, fechadas ou abertas.

O Alvis Speed Twenty de 1932 era anunciado como "um carro feito e vendido por entusiastas a entusiastas"; na mesma época era produzido o 12/50 SD, com tração dianteira e suspensão independente

Em 1926 a Alvis lançava o 12/50 TE, um carro mais moderno e atraente, também com motor de 1,5 litro, que inaugurava a designação iniciada por T para modelos de turismo e S para carros esporte. O chassi era produzido na Alvis e a carroceria era feita por empresas externas, neste caso a Cross & Ellis. Dois anos mais tarde, a empresa surpreendia com um esportivo que tinha suspensão independente nas quatro rodas, motor de 1,5 litro com comando de válvulas no cabeçote, potência de 50 cv e tração dianteira — a primeira concepção do gênero em terras britânicas e uma das primeiras no mundo, ao lado do DKW Front alemão e do Cord americano.

Era o modelo 12/50 SD, com carroceria para dois ocupantes feita pela Carbodies. Esta empresa ficaria por anos encarroçando seus automóveis. Derivado dele, um modelo especial fez muito sucesso na 24 horas de Le Mans e também no Tourist Trophy de Ulster. Mas, apesar do feito, ainda havia muito preconceito na Inglaterra com relação à tração dianteira e as vendas foram modestas.

O TA 21 de 1952, evolução do TA 14, tinha estilo conservador que lembrava o do 12/70 anterior à guerra

Até o inicio da Segunda Guerra Mundial a Alvis surpreendeu, produzindo carros esporte bonitos, resistentes e muito requintados. Tinham perfil baixo e preocupação com a aerodinâmica. As carrocerias nesta época eram produzidas pela Van den Plas e pela Mulliner, em Birmingham. Em 1933 foi a primeira empresa do país a produzir uma caixa de câmbio totalmente sincronizada, grande evolução que tornaria os carros mais fáceis e confortáveis para dirigir.

Durante a guerra, sua unidade fabril foi quase toda destruída pela força aérea alemã, a Luftwaffe. Como a Bristol, após 1945 produziu motores aeronáuticos de excelente qualidade, como o Rolls-Royce Merlin e o Leonidas de 445 cv que equipava helicópteros da Marinha inglesa. Também fabricava veículos militares, o que lhe garantia sustento, pois a produção de carros era modesta. Após o conflito, recomeçou suas atividades em 1946 com o modelo TA 14, de desenho antiquado, baseado no 12/70 de 1939, e motor de 1,9 litro e 65 cv. Continua

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Data de publicação: 16/10/07

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