Esportividade no Oriente Médio

Um projeto da inglesa Reliant resultou no Sabra,
o primeiro carro esportivo fabricado em Israel

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Quando falamos do universo do automóvel, sempre nos vêm à mente países de grande produção da Europa, os Estados Unidos, o Japão. Mas também em países pequenos e sem muita tradição se produziram automóveis interessantes. Em Israel, por exemplo, a Sabra Autocars Company tinha sua sede na cidade de Haifa, ao norte do país, banhada pelo Mar Mediterrâneo. Fundada em 1950, foi a primeira fábrica israelense de carros, sendo que o próprio estado de Israel havia surgido em 14 de maio de 1948.

Na fábrica eram produzidos a perua Sussita 12 e o pequeno Carmel 12, equipados com motores Ford de origem inglesa. Também montava sobre licença o Triumph 1300. No começo da década de 1960, Yitzhak Shubinsky, responsável pelos novos projetos da empresa, foi à Inglaterra buscar um parceiro para a construção de um esportivo. Encontrou a Reliant, especializada em preparação de motores e fabricação de carros especiais em pequena escala.

Os pára-choques verticais, que pareciam dentes, davam um aspecto estranho ao esportivo israelense, cujo nome vinha do cacto presente em seu logotipo

Um ano depois, em 1961, era apresentado no Salão de Nova York o esportivo Sabra Four. Com o nome de um cacto da região mediterrânea, o carro tinha a incumbência de impulsionar as vendas da marca nos Estados Unidos. Os 100 primeiros exemplares foram produzidos pela Reliant e vinham com a marca Autocars Company Limited, Haifa, Israel. O que chamava mais atenção na frente do Sabra eram os pára-choques em forma de barras verticais, que pareciam dentes prontos para morder. A justificativa para a aberração seriam as severas leis americanas de segurança. A grade era oval, os faróis circulares e havia uma entrada de ar no capô que caracterizava sua esportividade.

Esguio, o cupê pesava 800 kg e media 4,19 metros de comprimento, 1,27 m de altura, 1,55 m de largura e 2,29 m de distância entre eixos. A carroceria de plástico reforçado com fibra-de-vidro era montada sobre um chassi retangular. O capô tinha abertura para frente em conjunto com os pára-lamas, formando uma só peça. Além do pouco ortodoxo pára-choque, havia outros deslizes de desenho, como o bocal do tanque posicionado no pára-lama traseiro esquerdo e, na mesma peça, a abertura da caixa de roda com um desenho retilíneo, em desacordo com o semicircular da dianteira.

A primeira versão foi o cupê de dois lugares; o conversível seria lançado só em 1963

Por dentro via-se um painel de acabamento rudimentar. Feito em uma só peça de fibra-de-vidro, o mais curioso eram duas alças de cada lado, para apoio ao entrar e sair do carro. À frente do volante esportivo de dois raios, que podia ter acabamento de madeira, havia conta-giros, marcador de nível de combustível e velocímetro. Abaixo destes e de difícil leitura, mais quatro mostradores, incluindo manômetro de óleo e amperímetro. Não havia lugar para rádio, que tinha de ser adaptado por baixo do painel. A alavanca de câmbio tinha ótima pega e a acomodação dos dois ocupantes era muito boa. Continua

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Data de publicação: 30/1/07

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