Os grandes australianos

Com várias carrocerias e motores, a linha Kingswood/Premier
foi a última de amplos Holdens sem participação da Opel

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A australiana Holden's Motor Body Builders Ltd. iniciou atividades em 1917, construindo carrocerias para "vestir" chassis de diferentes fabricantes, sobretudo os da americana Chevrolet. O nome vinha do fundador Henry James Holden, filho de um imigrante britânico. Depois de alguns anos em parceria com a General Motors, construindo carrocerias para todos os chassis de automóveis que ela enviava à Austrália, em 1931 ela passava ao controle da corporação. Em 1948 era lançado o primeiro automóvel com projeto exclusivo para o país, o 48/215, também conhecido como Holden FX.

Vinte anos depois, em janeiro de 1968, o segmento de carros grandes — tão apreciados na Austrália quanto nos Estados Unidos, em parte pelas dimensões continentais de ambos os países — ganhava um novo representante da marca. A série compreendia diferentes nomes conforme o padrão de acabamento, embora fossem todos baseados no mesmo veículo — mais ou menos como nossos Comodoro e Diplomata, que não carregavam o nome Opala. Sucessor do modelo Special, o Kingswood era o modelo intermediário, com versões sedã e perua.

O Kingswood de 1968 lembrava nosso Opala com as linhas arredondadas, mas tinha mais vigor sob o capô: o motor de topo era o V8 307 da Chevrolet, substituído no ano seguinte pelo 308 da própria Holden; no alto, um Premier 1971

Abaixo dele ficava o Belmont, que além dessas carrocerias oferecia o picape e o furgão (Panel Van); acima, o Premier (nome usado desde 1963 no antecessor), com acabamento superior e teto revestido em vinil. Os elegantes sedãs da primeira geração, de código HK, mediam 4,76 metros de comprimento e 2,81 m de distância entre eixos, dimensões que cresciam para 4,82 e 2,89 m no caso das peruas. Suas linhas suavemente arredondadas fazem lembrar o primeiro Opala brasileiro, já que a alemã Opel (que desenhou nosso carro em 1965 como Rekord) também se inspirava na indústria americana naquela década. Entre 1968 e 1971 houve ainda o Brougham, topo de linha, que usava o mesmo entreeixos mas tinha a traseira estendida para um aspecto mais luxuoso, além de quatro faróis em vez de dois.

Maiores e mais pesados que seus antecessores, com 1.300 a 1.500 kg conforme a versão, o Kingswood, o Premier e o Brougham eram os primeiros Holdens com motor V8: o bloco-pequeno da Chevrolet de 307 pol³ (5,0 litros), com potência de 183 cv e torque de 41,5 m.kgf, que na versão de topo vinha com câmbio automático de duas marchas de série. No restante da linha havia propulsores menores, como o de seis cilindros, que podia ter 2,85 litros, 118 cv e 23,3 m.kgf ou 3,3 litros, 135 cv e 26,8 m.kgf.

Com quatro faróis e traseira mais longa (embora com o mesmo entreeixos), o Brougham representava a opção mais luxuosa da família e chegou a oferecer o motor V8 350 americano

A concepção mecânica era tradicional: câmbio manual de três marchas (exceto Brougham), suspensão dianteira independente com braços sobrepostos e molas helicoidais, traseira (onde estava a tração) por eixo rígido, freios a tambor, pneus 6,95-14 ou 7,35-14 de construção diagonal. Em julho do mesmo ano era inserido o cupê Monaro. Em 1969 a Holden iniciava a produção de seu próprio V8 para a série HT, com cilindrada pouco maior, 308 pol³ (5,05 litros), 240 cv e 43,5 m.kgf. O ganho de potência abria espaço para um V8 menor, de 253 pol³ (4,15 litros), 185 cv e 36,3 m.kgf. A linha HG chegava em agosto do ano seguinte, trazendo três marchas para a caixa automática do Brougham. Continua

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Data de publicação: 14/3/06

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