O felino para ligar à tomada

Durante a guerra, em meio à falta de combustíveis, a
Peugeot produziu o VLV, um pequeno carro elétrico

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Os tempos de guerra são muito difíceis, ainda mais num país ocupado, mas nesses momentos as soluções mais geniais aparecem. A rendição francesa, no começo da Segunda Guerra Mundial, em 1940, se deu na cidade de Vichy. A indústria automobilística da França estava quase toda destruída, e os motoristas, proibidos de usar gasolina. Toda ela, junto com o diesel, tinha de estar à disposição das máquinas do exercito de Hitler.

Restavam o gasogênio, o carvão e a eletricidade. Tanto o primeiro quanto o segundo eram perigosos de usar, pela precariedade das instalações e pelo peso adicional que os veículos tinham que suportar. Também não demoraram muito a se esgotar. Foi então que em 1941 a Peugeot, em meio à crise, apresentou um pequeno veículo, muito esquisito à primeira vista. Exótico, fora projetado para a crise. Tratava-se do modelo VLV (Voiture Légère de Ville, ou seja, veículo leve para a cidade).

Com a capota no lugar ou com ela recolhida (acima), um carrinho muito estranho: um só farol, rodas traseiras bem próximas, pára-lamas que lembravam os de motos

Um carro urbano com propulsão elétrica, era ideal para pequenos percursos dentro de cidades com relevo plano ou, no máximo, para ir de uma cidade a outra com bastante paciência. O pequeno tinha medidas quase retangulares: o comprimento era de 2,67 metros, a largura 1,21 m e a altura 1,27 m. A distancia entre eixos era de 1,79 metros, e o peso, de apenas 365 kg. Podiam levar duas pessoas, em bancos muito rústicos e que não deviam ter gabarito atlético, senão os ombros iam se tocar. E mais um pouco de carga — mas sem ultrapassar os 150 kg no total. Tudo muito simples, como a época exigia.

A carroceria, em alumínio, tinha desenho muito simples e formato de concha. Tinha um único farol circular, bem no centro, e atrás uma pequena lanterna também circular. As rodas dianteiras eram cobertas por pára-lamas inspirados nos de motocicletas, as traseiras ficavam semi-encobertas pela carroceria. Havia duas portas com ótima abertura e a capota de lona podia ser abaixada em dias de sol. Ficava bem mais simpático. O porta-malas traseiro era muito reduzido, para carregar pequenas compras. Continua

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos - Envie por e-mail

Data de publicação: 21/6/05

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade