A compacta cabine exibia enorme área de vidros, sendo o pára-brisa e o traseiro muito parecidos em tamanho e formato. Uma boa iluminação interna era garantida, como gostam os europeus nos meses de inverno. O interior agradável e cômodo trazia bancos dianteiros individuais reclináveis, cujo revestimento podia vir em tecido ou couro sintético, além de painel bem-equipado com três grandes instrumentos e um enorme volante.

O motor de construção plana permitia um segundo porta-malas acima dele e as colunas eram bem estreitas

O banco traseiro, para duas crianças, podia ser rebatido para maior espaço de bagagem. Os encostos dianteiros eram travados assim que se fechavam as portas e liberados quando elas eram abertas, para acesso e saída de quem viajava atrás. Um requinte era a opção de teto solar de aço com comando elétrico, muito raro na época — a VW só o teria novamente no cupê Corrado, quase 30 anos depois! Rádio, pneus com faixa branca e pintura em dois tons também estavam disponíveis.

A mecânica do Typ 34 — e da família Typ 3 — tinha como particularidade o motor de construção plana, com a ventoinha de arrefecimento mais baixa, o que liberava espaço para um compartimento de bagagem acima dele. Com os habituais quatro cilindros horizontais opostos (boxer) e 1.493 cm³ de cilindrada, desenvolvia potência de 53 cv a 4.000 rpm e torque de 11 m.kgf a 2.800 rpm (valores brutos). O câmbio era manual de quatro marchas e a suspensão seguia a receita conhecida de rodas independentes, por braço arrastado na frente e semi-eixos oscilantes atrás. Apesar dos componentes mecânicos em comum, o KG usava peças exclusivas em toda a carroceria e no interior.

O projeto previa um conversível, que chegou a ser fotografado para os catálogos, mas não foi às ruas: faltava rigidez à estrutura

Durante seus sete anos de produção, pouca coisa foi modificada no Typ 34. O modelo 1962 tinha um emblema retangular da Karmann na frente e outros nos pára-lamas traseiros, mas no ano seguinte os últimos eram removidos e o frontal dava lugar ao circular da VW. Em 1964 o motor ganhava dupla carburação, e o painel, novos comandos de ventilação. Um ano depois o velocímetro ficava maior.

Em 1966, boas novidades: motor de 1,6 litro, freios dianteiros a disco e rodas com quatro elementos de fixação em vez de cinco. Com 1.584 cm³, passava a 65 cv e 12 m.kgf, suficientes para uma velocidade máxima de 135 km/h — desempenho tímido, como sempre foi no esportivo da VW. Depois disso, só lanternas traseiras com lentes protuberantes (para que a luz fosse vista pela lateral) em 1969.

  Com poucas alterações -- a maior delas foi o uso de motor de 1,6 litro de 1966 em diante --, o Typ 34 aposentou-se cedo, em 1969, cinco anos antes do KG original

Talvez pelo estilo menos feliz, talvez pelo preço elevado (equivalente ao de um Porsche 356), o Typ 34 ficou longe de repetir o sucesso do primeiro Karmann Ghia: até junho de 1969 foram vendidas 42.510 unidades, volume discreto mesmo para um esportivo. Como comparação, o modelo original somou 420 mil exemplares e ficou em produção até 1974.

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