O Panhard PL 24 era lançado em 1963. O número era homenagem às glórias conquistadas em Le Mans. Era um cupê três-volumes com 4,26 metros de comprimento, estrutura monobloco e colunas muito estreitas, que permitiam ótima visibilidade. Na frente, faróis circulares duplos e carenados que serviriam de inspiração para a reestilização do DS em 1967. O carro tinha mesmo um ar de Citroën. Curiosos eram os limpadores de pára-brisa com braços em sentidos opostos.

Era um automóvel bonito, de estilo bem diferente e atraente. Visava a um público jovem. Um dos concorrentes era o Auto Union 1000 Sp, que tinha mecânica de três cilindros em linha e dois tempos. No PL 24, os pára-choques cromados eram envolventes e, como nos antecessores Z e PL 17, seu estilo – desenhado por Louis Bionier – era inconfundível. Como opção, podia receber pintura em dois tons. Por dentro, os confortáveis bancos dianteiros tinham regulagem em altura e memória mecânica. Movidos à frente e reclinados os encostos, juntavam-se ao assento traseiro, tornando-se uma cama. Bom para descansar e namorar... Era confortável para quatro adultos.

Depois de modelos estranhos como o Dyna Junior, a marca francesa acertou nesse cupê de médio porte, que lembra modelos da década de 1970 de outros fabricantes

O pequeno motor tinha dois cilindros opostos, 848 cm³, bloco e cárter em uma só peça. Desenvolvia potência de 48 cv e, alimentado por um carburador simples da marca Zenith, levava o cupê à velocidade máxima de 140 km/h. Um pouco mais potente era o 24 CT: alimentado por um carburador de corpo duplo Zenith em posição invertida, tinha 50 cv e torque máximo de 7,75 m.kgf a 3.600 rpm. Refrigerado a ar, tinha uma turbina para auxiliar.

A tração era dianteira e o câmbio tinha quatro marchas sincronizadas, com alavanca no assoalho. Graças ao perfil da carroceria e ao peso de 805 kg, o CT acelerava bem e atingia 150 km/h. Apesar de ser confortável em retas e curvas, o motor era barulhento, um dos poucos aspectos negativos deste automóvel destacável. A suspensão dianteira era independente, a traseira tinha eixo rígido. Usava pneus 145 x 380 e tinha ótima estabilidade.

A cobertura do painel sugeria um segundo módulo de instrumentos no lado do passageiro. O motor de 848 cm3 e dois cilindros era pouco potente, mas ajudado pela boa aerodinâmica

Um ano depois, em 1964, o CT recebia o motor Tigre M8S, que lhe fornecia 60 cv. Estava mais ágil e chegava a 160 km/h. Já contava com freios a disco, com duas pinças, na dianteira e a tambor na traseira. Passava a vir com duplo escapamento. Já no ano seguinte o CT ganhava quatro freios a disco, que eram muito eficientes. Interessante é que o freio de estacionamento tinha acionamento nas rodas dianteiras, outra tradição Citroën. Esta versão contava com pneus 145–15. A distância entre eixos era aumentada e o 24 passava a ter 4,49 metros de comprimento.

Em agosto de 1967 a Citroën colocava fim às atividades da Panhard, para desgosto de muitos fãs da marca. Foram construídos por volta de 18.000 modelos 24, que até hoje têm muitos admiradores. Em estudos estiveram um conversível e um quatro-portas; chegou a ser exposto um modelo com a frente um pouco alongada, que recebia o motor do DS 23. Houve também um com motorização Maserati do Citroën SM, que tinha 240 cv e chegava aos 245 km/h. Infelizmente não passaram do estágio de protótipo, pois teriam feito a Panhard ainda mais marcante.

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