O interior era bastante despojado, mas bem acabado para os padrões da época: dois bancos revestidos de couro, volante de três raios e um painel plano, suavemente arredondado nos cantos. Os instrumentos eram velocímetro, conta-giros, voltímetro e medidores de pressão do óleo, temperatura do motor e nível do combustível. O rádio vinha centralizado entre alguns outros comandos.

Interior simples, mas com bom acabamento, painel completo e o volante de três raios habitual em esportivos. Com apenas dois metros entre eixos, cabiam apenas duas pessoas -- não muito altas

O motor boxer do Sports 800 era condizente com suas dimensões. Refrigerado a ar, com dois cilindros, comando de válvulas no bloco, tuchos hidráulicos, câmaras de combustão hemisféricas e carburação dupla, deslocava apenas 790 cm³ e gerava 45 cv a 5.400 rpm e torque de 6,76 m.kgf a 3.800 rpm. Eram quatro marchas numa caixa manual com tração traseira. A suspensão dianteira era independente, com barras de torção, e a traseira tinha eixo rígido com feixe de molas semi-elíticas. As rodas tinham apenas 12 pol de aro e freios a tambor.

Com um entreeixos de apenas dois metros, os ocupantes mais altos tinham que se espremer.  Feito em estrutura monobloco, o Sports 800 pesava meros 580 kg. Isso certamente ajudava a acelerar de 0 a 100 km/h em 16,8 segundos, chegando a 155 km/h de velocidade máxima. Um litro de gasolina rendia até 24 km e em seu tanque cabiam 30 litros. Para tão poucos recursos técnicos, eram números que podiam se comparar a esportivos de renome da década de 1960.

Um bom exemplo disso eram as marcas dos mais apreciados esportivos japoneses da época, o Nissan Fairlady 1600 e o Honda S800. Com um motor de quatro cilindros e 1,6 litro, o primeiro chegava a 169 km/h, indo de 0 a 96 km/h em 13,3 s. O Honda fazia 160 km/h e 0 a 96 km/h em 13,6 s, mas para tanto tinha à disposição 70 cv a 8.000 rpm. A defasagem, entretanto, não impediria a incursão do pioneiro esportivo da Toyota no automobilismo japonês.

O motor boxer de dois cilindros era refrigerado a ar, como em um meio Volkswagen,
e apesar dos modestos 45 cv proporcionava bom desempenho ao leve cupê

A presença do Sports 800 diante de competidores tecnicamente mais habilitados não prometia grandes emoções na prova de 500 quilômetros de Suzuka para motores pequenos, em 1966. Pois qual não foi a surpresa quando o modelo chegou em primeiro, deixando para trás os Nissans Fairlady 1600 e Skyline GT, o Honda S800 e até o Lotus Elan? O Toyota cumpriu todo o percurso sem precisar fazer uma única parada de reabastecimento ou troca de pneu!

Com o aclamado 2000 GT conquistando fãs pelo planeta e exportações cada vez mais saudáveis, a Toyota achou melhor aposentar seu pequeno desbravador esportivo em 1969. As 3.131 unidades fabricadas fazem do Sports 800 uma raridade digna de coleção. Ecos do modelo se encontrariam em cupês lançados mais tarde, como o Celica e o MR2. Mas esses já eram modelos visando ao exterior, sem o charme 100% nipônico desse carrinho feito com recursos limitados, porém levados aos melhores resultados.

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