Em ambos havia conforto satisfatório para cinco passageiros. O painel de modelos topo incluía conta-giros. No final do ano o R12 era lançado na Argentina, com fabricação em Córdoba. Também nesse ano, em 19 de julho, era comemorado o dia "G". Dez mil pessoas compareceram ao Circuito Le Castellet, o famoso Paul Ricard, para a festa de apresentação do R12 Gordini e a aposentadoria do R8 Gordini. Na comemoração foram assados 500 carneiros e consumidos 5.000 litros de vinho!

O R12 Gordini salta próximo a seu antecessor, o R8 Gordini: motor 1,6, freios a disco nas quatro rodas e adereços esportivos o tornavam mais atraente

O novo carro tinha as mesmas linhas pacatas do sedã R12, mas era vendido exclusivamente na cor azul oficial dos carros de competição da Renault, com faixas brancas bem desenhadas, entrada de ar sobre o capô, rodas esportivas e faróis de longo alcance. E não tinha pára-choques — apenas borrachas protetoras. O motor, o mesmo do R16 TS, tinha 1.565 cm³, dupla carburação e coletores de admissão e escapamento especiais. O carro trazia ainda caixa de cinco marchas, discos dianteiros ventilados e discos comuns na traseira.

A preparação lhe dava uma velocidade final de 185 km/h, chegando aos 100 km/h em 12 segundos. Foi uma sensação. As primeiras unidades chegaram em outubro e logo fizeram muito sucesso. Quem quisesse os pára-choques, que pagasse mais 5%. Em 1971 fez a festa em campeonato monomarca, a Coupé Gordini R12, e em ralis. Esta copa era espetáculo puro: acirradas disputas, capotagens, derrapagens e muitas batidas.

Sucesso também nas pistas, o R12 teve uma categoria monomarca própria, em que as disputas e colisões eram freqüentes e emocionavam o público

Pouco depois vinha uma versão mais "profissional": o 807/G, que tinha 1.596 cm³, taxa de compressão de 11,5:1, torque de 17 m.kgf e potência de 160 cv. Atingia 205 km/h — e impunha respeito. Mas era só para as pistas. Já vinha com arco de proteção interno e equipamentos de painel para tal. Pilotaram-no famosos como Didier Pironi, Patrick Tambay e Patrick Depailler, que depois fariam sucesso na Fórmula 1. Também Jean Ragnotti, Bernard Darniche, Guy Fréquelin e Michèle Mouton, que triunfaram em ralis mundiais.

O R12 de rua continuava a fazer carreira e uma versão com câmbio automático, visando principalmente o mercado americano, foi lançada com um motor um pouco mais potente. Em 1974 já era o carro mais vendido do mercado francês, com 380.000 produzidos no ano. Sofria alterações em pára-choques, faróis e lanternas traseiras. Nesse ano também, o R12 Gordini se sagrava campeão no Rali da Nova Caledônia nas mãos de A. Decaqueray. No ano seguinte o R12G, "La Gorde", como chamavam os franceses, deixava de ser fabricado para dar mais espaço ao R17 Gordini, um hatch semelhante a nosso Passat.

Lançado na Romênia logo após a França, o R12 permanece vivo por lá através do picape Dacia, que tem até versão de cabine dupla

Uma perua R12 com tração integral foi preparada, em 1977, por Briavoine e Auger. Venceram os 8.600 km do Rali da Costa do Marfim, que começou em Abidjã e terminou em Nice, no sul da França. Dos 136 competidores, só 68 chegaram ao fim. Com pequenas alterações de estilo o R12 continuou a ser fabricado até 1980 na França e, após dois milhões de unidades, foi substituído pelo R18, com linhas e motorização bem mais modernas.

Até hoje o R12 Gordini é louvado e é difícil vê-lo à venda nos classificados de antigos. Livros, revistas e miniaturas sempre o saúdam. O R12 também foi fabricado na Colômbia, Espanha (como Fasa Renault 12), Turquia e Austrália (Renault Virage). Na Argentina ficou no mercado até 1994 e teve uma versão esportiva exclusiva do país, a Alpine. E permanece firme e forte na pele do Dacia romeno, em versões picape e até de cabine dupla.

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