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O supercarro tupiniquim

Baseado em conceitos italianos, o Hofstetter surpreendeu
pelo estilo e pelas soluções técnicas na década de 80

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação*

Se o leitor não tivesse visto as fotos e lido o nome do carro até chegar a este texto, conseguiria imaginar que automóvel produzido no Brasil teve, já na década de 80, motor central com turbocompressor, carroceria inspirada em carros-conceito italianos, portas do tipo asa-de-gaivota e pneus 225/55 de competição, para uso em rua?

Construído entre 1982 e 1984, apresentado pela primeira vez no Salão do Automóvel desse ano e colocado à venda só dois anos depois, em 1986, o Hofstetter era mesmo muito peculiar. Seu criador, o milionário brasileiro de descendência suíça Mário Richard Hofstetter, o concebeu baseado em projetos de estúdios italianos dos anos 70, como o Alfa Romeo Carabo, de Bertone, e o Maserati Boomerang, de Giugiaro, além do Lamborghini Countach de produção.

O primeiro protótipo do Hofstetter, ao lado, e o modelo 2000 do final de sua produção, acima: o mesmo estilo ousado

A carroceria — de plástico reforçado com fibra-de-vidro, como a da maioria de nossos modelos fora-de-série — impressionava pelo estilo ousado. O perfil era quase o de uma seta, com a frente afilada, faróis escamoteáveis (abaixo deles ficavam os de neblina, obrigatórios pela legislação como recurso de emergência em caso de problema no acionamento dos principais), portas que se abriam para cima, imensas janelas, traseira curta, com amplas tomadas de ar atrás das portas, e vidro traseiro pequeno e vertical.

Havia um só limpador de pára-brisa e os retrovisores "nasciam" dos vidros laterais... que eram fixos. Para pagar pedágio, só abrindo a porta. Mais tarde, porém, seriam adotadas pequenas janelas corrediças, de início só para o motorista, depois também para o passageiro. As medidas revelam como ele era diferente: 4,17 metros de comprimento, 1,74 m de largura, 2,38 m de distância entre eixos e apenas 1,07 m de altura.

Pára-brisa quase horizontal, portas do tipo asa-de-gaivota, perfil quase de seta: a
inspiração em modelos conceituais dos anos 70 resultou em um carro único no Brasil

Feito para duas pessoas somente, o interior era até luxuoso, com bancos esportivos de acabamento colorido, potente ar-condicionado, rádio/toca-fitas, carpete nos painéis de porta e painel completo, incluindo manômetros do óleo e do turbo. O volante era bem pequeno, apenas 30 cm de diâmetro, impondo esforço elevado pela direção sem assistência. Atrás do motor central havia um mínimo porta-malas, já ocupado em parte pelo estepe, que complementava o também modesto espaço para bagagem atrás dos bancos. Continua

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*Agradecemos o envio das fotos do modelo branco por
Pawel Pronobis, do site a
lemão Auto-Literatur-Club

Data de publicação: 15/7/03

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