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O chassi próprio do Hofstetter, do tipo espinha dorsal em aço, adotava soluções curiosas, típicas de um tempo de mercado fechado às importações. A suspensão dianteira vinha do Chevette, mas com nova geometria e amortecedores pressurizados mais firmes, e a traseira do Passat... mas era a dianteira do VW, tipo McPherson, instalada invertida.

Mesmo sem o imenso aerofólio, adotado só em 1988, o Hofstetter já impressionava em sua visão frontal

O motor inicialmente previsto era o 1,6-litro do Passat, depois preterido pelo 1,8 do Gol GT, a álcool, só que em posição central-traseira. O sistema de arrefecimento vinha da Kombi diesel, com radiador na frente. Com turbocompressor operando a 0,9 kg/cm2, a Hofstetter Indústria e Comércio de Veículos Ltda. estimava para o 1,8 a potência máxima de 140 cv e o torque de 21 m.kgf.

Apesar de bem mais pesado que o Gol — 1.120 kg — e dotado de apenas quatro marchas nos modelos iniciais (depois cinco), o carro andava muito bem. Em testes de uma publicação da época, atingiu velocidade máxima de 200 km/h e acelerou de 0 a 100 km/h em 9,3 segundos, mais rápido que qualquer nacional de então.

Soluções mecânicas curiosas: motor VW 1,8 central-traseiro, suspensões de carros
nacionais adaptadas, freios a disco nas quatro rodas, pneus de chuva de Stock Car

Para segurar seu ímpeto, os freios usavam discos nas quatro rodas, mas não tinham assistência: o empresário acreditava que o servo prejudicaria a modulação da pressão pelo motorista. E, por falta de pneus de rua adequados, o carro recorria aos Pirellis P7 Corsa usados sob chuva nas competições de Stock Cars, medida 225/55 VR 14, em rodas de 7,5 pol de tala.

No Salão de 1986 o Hofstetter aparecia com alguns aprimoramentos: chassi reformulado, portas com maior ângulo de abertura, painel de leitura digital, opção de câmbio automático. Dois anos depois, com o lançamento do motor VW de 2,0 litros no Santana, o carro o adotava. Recebia também um enorme aerofólio traseiro, ao estilo do Countach.

Com o motor 1,8 e turbo, chegava a 200 km/h. O 2,0 prometia 236 km/h, embora não tenha sido testado pela imprensa

Com turbo e resfriador de ar, a nova versão chegava a 210 cv, estimados, e prometia alcançar 236 km/h. Em 1990 ganhava spoiler dianteiro, saias laterais, novos faróis, volante oval e assoalho 2 cm mais baixo. Não se sabe a data exata do encerramento de sua produção, mas aparentemente ele foi mais uma vítima da abertura das importações, que trouxe inúmeras opções de carros esporte a preços até mais baixos que os dos fora-de-série nacionais.

Mário Hofstetter pretendia vender poucas unidades, no máximo 30 por ano. Consta que não passaram de 20 no total, o que garantiu exclusividade ainda maior aos donos de um carro já tão diferente dos outros. E que não pagaram pouco por esse privilégio: seu preço em 1986 correspondia ao de 3,7 Escorts XR3 (já do modelo 1987), um dos esportivos nacionais mais prestigiados à época.

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