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Os símbolos de poder soviéticos

Antiquadas mas imponentes, as limusines ZIS e ZIL
foram abandonadas, mas nunca serão esquecidas

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Ao lado da vodka, do Kremlin e do regime de governo, poucas coisas simbolizam com tanta perfeição a extinta URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) quanto as limusines ZIL. A marca surgiu em 1933 como ZIS (Zavod Imeni Stalina, fábrica de Stalin), baseada na reconstrução da antiga AMO (Avtomobilnoe Moskovskoe Obshchestvo, empresa de automóveis de Moscou), fundada em 1924 para fabricar caminhões.

A produção de limusines foi idéia de Iosif Vissarionovich Stalin, para que a URSS fosse vista como uma superpotência capaz de fazer seus próprios carros de luxo. De fato, os ZIS e ZIL sempre foram limusines para atender aos altos escalões do governo, já que os escalões inferiores usavam sedãs Volga (leia história) e o povo, quando muito, conseguia comprar seu Lada após imensas filas de espera.

Junto ao pioneiro ZIS 101, de 1936, a partir da esquerda, o diretor Lihachov, o ministro Ordjenikidze, Stalin e os ministros Molotov e Mikoyan; na foto acima, o ZIL 111-G

A produção de automóveis iniciava-se em 1936 com o ZIS 101, baseado em um projeto da Packard americana. Era um grande sedã de 5,75 metros de comprimento e 3,6 m entre eixos, com motor de oito cilindros em linha, 5,8 litros e 90 cv, além de câmbio automático de três marchas. Uma evolução, o 101-A, ganhava 20 cv e tinha a velocidade máxima aumentada de 115 para 130 km/h.

Em 1938 surgia a versão conversível 102, de quatro portas e sete lugares, com o motor de 110 cv. Também com base nesse modelo Valentin Nikolaevich Rostkov desenhou o roadster ZIS 101 Sport, com potência elevada a 141 cv (a 3.300 rpm!) e máxima superior a 160 km/h, que teve apenas duas unidades construídas.

O ZIS 110 era copiado do Packard Super Eight, que Stalin ganhou de Roosevelt durante a guerra; ao lado, a versão phaeton, conversível de quatro portas

A produção do 101 era interrompida em 1941, para que as linhas fossem deslocadas para Miass e Ulyanovsk, passando a produzir os caminhões UralAZ e UAZ, nesta ordem. Apenas em 1945 a fabricação de carros era retomada, com o ZIS 110, mais uma vez uma cópia de um Packard: o Super Eight de 1942, pois Franklin Roosewelt havia presenteado Stalin com um durante a Segunda Guerra Mundial.

Com motor de 6,0 litros e 140 cv, alcançava 140 km/h e foi fabricado até 1958. Havia versões sedã de sete lugares, ambulância de cinco portas, táxi e phaeton, ou seja, conversível de quatro portas, todas medindo seis metros de comprimento e pesando mais de 2,5 toneladas. Continua

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Data de publicação: 8/4/03

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