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O conforto que Bond não teve 

O agente 007 não conheceu o Lagonda, o Aston Martin
de luxo que surpreendia pelos recursos eletrônicos

Texto: Fabrício Samahá

Mais conhecida pelos cupês esporte da série DB, das décadas de 50 e 60 (imortalizados pelos filmes de James Bond), e pela série V8 dos anos 70 a 90, a britânica Aston Martin também teve em seu catálogo um amplo sedã. Em 1969 era apresentado o primeiro estudo de um DBS com entreeixos mais longo e quatro portas: o Lagonda, que ressuscitava um nome fora de uso desde o encerramento do sedã Rapide, seis anos antes. Exemplar único, o carro foi destinado ao uso pessoal do presidente da empresa, David Brown.

Em 1972 Brown vendia a Aston à Company Developments, que levaria mais dois anos para colocar o Lagonda no mercado -- se é que se pode dizer assim, pois a crise do petróleo o pegou de surpresa e apenas sete unidades dessa primeira geração foram construídas. Era um sedã longo, largo e baixo, com capô avantajado trazendo por cima uma tomada de ar, cabine recuada, traseira curta e baixa. Lembrando os cupês da linha V8, era imponente e marcante.

A primeira geração do Lagonda: linhas arredondadas e marcantes, capô longo, cabine recuada -- apenas sete foram construídos

Apenas dois anos depois, no Salão de Londres em outubro de 1976, era lançado um novo Lagonda, surpreendendo pelo estilo e pela tecnologia. O projetista William Towns parecia tê-lo desenhado apenas com esquadros, combinando apenas linhas retas, o oposto do antecessor. A grade e os quatro faróis retangulares, auxiliares, ocupavam uma faixa de perfil baixo. Os principais eram escamoteáveis, algo inusitado em um sedã, e o pára-brisa bastante inclinado. Estava longe de ser harmonioso, mas chamava atenção.

Era um carro realmente grande: a carroceria de alumínio media 5,28 metros de comprimento, 1,81 m de largura, 1,30 m de altura e 2,91 m de distância entre eixos. Por dentro, recursos pouco vistos na indústria impressionavam: painel com leitura digital por LEDs (como três telas de TV de 5 pol cada), interruptores sensíveis ao toque (não era preciso pressioná-los), bancos com ajuste elétrico e memória. Sem falar na sofisticação habitual dos carros ingleses, com revestimento em couro Connolly, carpetes Wilton e apliques em madeira-de-lei.

O modelo lançado em 1976 e produzido por 14 anos praticamente não tinha curvas em seu desenho, mas impressionava pelo requinte e pelos sistemas eletrônicos

O motor V8 de 5.340 cm3 e duplo comando de válvulas em cada cabeçote, o mesmo dos cupês, utilizava quatro carburadores Weber 42 e desenvolvia 280 cv a 5.000 rpm, com torque máximo de 49,7 m.kgf. Com transmissão automática Chrysler Torqueflite de apenas três marchas, a aceleração de 0 a 100 km/h levava 8 segundos e a máxima atingia 235 km/h. Para abastecer toda a sede do carro de duas toneladas, o tanque comportava 127 litros. Os freios eram a disco ventilado nas quatro rodas. Continua

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Data de publicação: 18/2/03

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