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Os primeiros testes foram feitos pelo piloto John Surtees visando a um evento no prestigiado autódromo de Monza, na Itália. Iria enfrentar verdadeiras feras no asfalto dos circuitos famosos e badalados da década de 60: os americanos Chaparral, Mirage e Ford GT 40 e o alemão Porsche 906. Uma batalha entre as marcas mais evidentes daquela época. 

Em 1967 surgia a versão P4, com carburadores Weber em vez de injeção, três válvulas por cilindro e frente mais longa e aerodinâmica

Sua velocidade final na famosa reta Hunaudiéres, em Le Mans, na França, foi de 330 km/h. A aceleração muito forte é comparável à de um esportivo de ponta de hoje, algo como 0 a 100 km/h em 4 segundos. O barulho vindo de trás era muito forte e emocionante. Na época a aerodinâmica era trabalhada para que os carros atingissem a maior velocidade possível em retas. Por isso, nas curvas a perícia do piloto era fundamental.

Após vários testes, os engenheiros da empresa italiana redesenharam o chassi para aumentar a rigidez torcional. Na temporada de estréia a primeira vitória aconteceu em casa, na 1.000 Quilômetros de Monza, em 1966, pilotado por Mike Parkes e John Surtees. Este último, antigo campeão de motociclismo e mais tarde construtor de carros de Fórmula 1, bateu recordes debaixo de um temporal memorável. Em sua melhor volta obteve média de 189 km/h. Nessa prova os Fords GT 40 não conseguiram seguir os velozes carros italianos A Ferrari também ganhou em Spa-Francorchamps, na Bélgica, e sagrou-se campeã mundial de marcas.

Em 1967 a injeção Lucas dava lugar a seis carburadores Webber, e a câmara de combustão passava a ter três válvulas por cilindro. Estava mais potente, com 450 cv. O câmbio era substituído por um da casa, já que o ZF estava mal ajustado. O novo era mais preciso e as relações melhores. A equipe oficial agora entrava em cena, sob a batuta do competente e famoso Mauro Forghieri. 

O P4 na 24 Horas de Le Mans de 1967: a Ferrari ficou com o segundo e o terceiro lugares, mas ainda levou o campeonato de construtores

A suspensão, independente, havia sofrido alterações para usar pneus mais largos, visando a melhor estabilidade em curvas. A frente estava um pouco mais longa, o que melhorava a aerodinâmica. Foram inscritos em Daytona, nos EUA, em Monza, Spa, Le Mans, Targa Florio (modelo Spyder, sem teto, também chamado pelos italianos como Barchetta) e em Brands Hatch, na Inglaterra.

O Spyder P4 ganhou a 24 Horas de Daytona -- três carros da casa de Maranello chegaram nos primeiros lugares. Nos EUA, o carro da equipe NART tirou o terceiro, e os belgas ficaram com quarto em Monza. Em Targa Florio, também na Itália, dominou em quase todo o trajeto mas quase no final quebrou. Na Bélgica a corrida foi histórica, num dia de muita chuva. Foram inscritos os carros da equipe oficial e das três "estrangeiras".

Na largada, Ludovico Scarfiotti e Parkes (oficial) estavam ao lado do Chaparral da dupla Graham Hill e Mike Spence e do Mirage de Jacky Ickx e Alan Rees. O duelo entre todos os Ferraris (Willy Mairesse, Beurlys, Bianchi e Attwood) e seus concorrentes foi muito emocionante. Depois de várias disputas, batidas e abandonos, Beurlys, da Equipe Francorchamps, chegou em terceiro. 

Em 2000 este P3, vencedor em Monza e Spa, foi leiloado nos EUA por ocasião do famoso encontro de Pebble Beach. A empresa Christie's conseguiu a bagatela de 5,6 milhões de dólares!

Em Le Mans a Ford preparou uma verdadeira armada de GTs 40. Nesta prova o P4 conseguiu o segundo lugar, com a dupla Ludovico Scarfiotti e Mike Parkes, e o terceiro com a equipe belga, com Willy Mairesse e Jean Blaton. A Ferrari não ganhou em Le Mans com este carro, mas levou o campeonato de construtores na categoria protótipo em 1967. Este foi o ultimo duelo entre estas marcas no famoso circuito francês. 

O 412 P, ou P3/P4, foi um dos mais belos protótipos esporte já construídos pela Ferrari. Uma obra-prima sobre rodas. Se não foi grande campeão nas pistas, fora delas dava um show de estilo. Em agosto de 2000, em Pebble Beach, na Califórnia, onde se realizam tradicionais exposições e leilões de carros antigos, um P3 de 1966 foi vendido pela famosa casa inglesa Christie's por 5.616.000 dólares. Não faça a conversão, pois assusta...

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