O Ferrari da família

A série Mondial combinava o motor central a
espaço para passageiros e um rodar confortável

Embora tão associada a cupês e conversíveis de dois lugares, barulhentos e apertados, a marca fundada em 1947 por Enzo Ferrari tem em sua história modelos mais familiares, espaçosos e confortáveis, sem perder a essência esportiva e o alto desempenho inerentes ao emblema do cavalo empinando. É o caso da série Mondial.

A primeira versão, Mondial 8, foi lançada no Salão de Genebra de 1980 como sucessora do 308 GT4. Era um cupê 2+2 com elementos mecânicos similares aos da série 308, mas baseado em um chassi mais longo e largo, com entreeixos de 2,65 metros. Embora o motor permanecesse central-traseiro e transversal, o que limitava as acomodações de passageiros e da bagagem, havia espaço para quatro pessoas, combinação inédita em âmbito mundial.

No interior, quase tudo era revestido em couro -- o que se tornaria opcional em 1985 -- e os bancos ficavam mais altos que o habitual na marca. O painel trazia velocímetro e conta-giros à frente e quatro instrumentos menores à direita. O sistema de áudio ficava no console central, adiante do câmbio com a característica chapa-guia cromada. O grande volante de três raios movia um sistema de direção com relação mais alta (menos direta) que nos Ferraris de dois lugares. O Mondial era mesmo diferente, mais suave no rodar, mais silencioso.

Seu desenho era, como se espera, obra do estúdio Pininfarina. Atraíam a atenção as amplas tomadas de ar nas laterais traseiras, que o admitiam para a refrigeração do motor V8, todo de alumínio, com duplo comando por cabeçote e 2.927 cm3. Apto a atender normas de emissões rigorosas, desenvolvia modestos 214 cv a 6.600 rpm, que caíam para 205 cv no mercado americano (24,7 m.kgf de torque). Não era muito para seus 1.445 kg, mas permitia máxima superior a 220 km/h. Continua

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Data de publicação deste artigo: 15/10/02

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