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O mais tradicional
dos britânicos

Conservador, confortável e robusto, o London Cab
da Austin serviu os passageiros de Londres por décadas

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A mais importante e tradicional ilha da Europa, a Grã-Bretanha, possui símbolos que a tornam única no mundo. A rainha e o Palácio de Buckingham, a torre de Londres, o Big Ben, a troca da guarda, o chá das cinco. O coche e a carruagem de aluguel têm suas origens na Inglaterra no século XVII. Em 1850, os escritórios que controlavam os táxis chamavam-se Public Carriage Office.

Em 1903, os veículos a motor podiam trafegar a uma velocidade máxima de 33 km/h. Havia 11.000 cavalos para tracionar carruagens -- e já se formava um transtorno no trânsito. Aos poucos os veículos a motor tiravam os quadrúpedes das ruas. Sua evolução trouxe ao homem mais conforto e velocidade para trafegar.

O modelo FX4 da Austin: linhas tradicionais já em 1958, motores diesel pouco potentes mas muito duráveis, altura de sobra para os passageiros

Nas ruas e avenidas da capital da Inglaterra, além dos conhecidíssimos ônibus vermelhos de dois andares, outro veiculo se destaca dos demais há muitas décadas: o London Cab, também chamado de Black Cab, fabricado por marcas como Morris, Beardmore, Winchester e Austin. Este, o de maior longevidade, nasceu em 1958: o Taxicab Hire Car modelo FX4. Era um carro de quatro portas e linhas curvas destinado ao mercado de táxis e veículos de aluguel -- este o significado em inglês da palavra hire.

Apresentado no Salão de Londres daquele ano, na cor preta, o automóvel já tinha linhas tradicionais desde as primeiras unidades. Media 4,58 metros de comprimento, 1,74 de largura e 1,77 de altura, pouco mais amplo que um Vectra de hoje, mas 36 cm mais alto! Por que tão alto? Para que os lords pudessem estar dentro dele portando suas respectivas cartolas. Tudo em nome do conforto, da tradição e da elegância.

As portas traseiras abriam-se para trás e havia versões de cinco a sete lugares. Os pára-choques pretos foram uma "inovação" introduzida em 1986

O carro também era largo, para acomodar bem os passageiros numa grande "poltrona" inteiriça. Conforme a configuração podia acomodar cinco, seis ou sete ocupantes, pois possuía também pequenos assentos retráteis. Sua frente, com a grade do radiador vertical imponente, era de desenho semelhante aos Rolls-Royce, Jaguar e Daimler da época. Contava com três vidros laterais de dimensões generosas, que garantiam ótima visibilidade para motorista e passageiros.

O motor dianteiro, a óleo diesel e refrigerado a água, era um quatro-cilindros com 2.178 cm3 de cilindrada e potência de 55 cv a 3.500 rpm. Sua transmissão automática tinha três velocidades, havendo opção pela manual de quatro, sendo que sua primeira não era sincronizada; a tração era traseira. Bastante pesado (1.730 kg) e com aerodinâmica das piores, sua velocidade máxima era de 95 km/h e o consumo urbano de 12 km/l. A capacidade do tanque era de 52 litros. Continua

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Data de publicação deste artigo: 30/7/02

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