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Na frente só ia o motorista. A seu lado, espaço para algumas pequenas bagagens. Não tinha banco do "ajudante". Também, por ordem da discrição, trazia um vidro separando a cabine dos assentos dos passageiros. Uma pequena escotilha servia para a comunicação entre estes e o chofer, devidamente treinado para bem atender seus clientes. O mapa da metrópole londrina estava gravado na mente de cada um deles.

A cilindrada dos motores passou de 2,2 para 2,7 litros durante a produção do modelo, mas ele sempre priorizou o conforto sobre a velocidade

As portas de trás tinham abertura tipo "suicida", com articulação na traseira, e se abriam num ângulo de 90º. Outra característica única era o diâmetro de giro de apenas 7,6 metros (hoje é raro ficar abaixo de 10 metros), muito prático em ruelas e praças na cidade de Sherlock Holmes. Facílimo de manobrar e ótimo para entrar em vagas apertadas. Logicamente tinha o volante de direção do lado direito. Na porta do motorista havia um retrovisor; o outro ficava sobre o pára-lama esquerdo. Os pneus, de construção diagonal, tinham a medida 5,75 x 16.

Em 1972 o motor passava a ter 2.520 cm3 e ganhava um pouquinho de potência: 61 cv. A velocidade máxima subia para 105 km/h. Por fora, novos pára-choques cromados e, na capota, um "chapeuzinho" que protegia o luminoso com a indicação táxi. Nesse ano a produção anual foi de 3.000 unidades.

Na frente, banco apenas para o motorista e algum espaço para bagagem. Havia até separação de vidro para manter a privacidade dos passageiros

Dez anos mais tarde, a Austin vendia os direitos de fabricação e todo o ferramental para a empresa Carbodies, que logo melhorava o automóvel: ganhava servo-freio e, o mais importante, o motor do Land Rover, de 2.286 cm3, também movido a diesel. Mais moderno, tinha taxa de compressão de 23:1 (antes, 20:1), também 61 cv, era menos poluente e vibrava menos. A suspensão dianteira era independente com molas helicoidais, e a traseira, com eixo rígido e molas semi-elíticas. Renomeado FX4R, a produção chegava a 6.000 táxis por ano.

Dois anos depois a empresa passava a se chamar London Taxis International Limited. O interior era redesenhado e a capacidade de passageiros limitada a cinco pessoas. Em 1986 começava a ser exportado para o Japão numa cadência de 200 unidades anuais, recebendo o nome de "Big Ban" no país do sol nascente. A versão FX4S trazia por baixo do capô o novo e robusto motor de 2.495 cm3 do Land Rover 90, de 86 cv. Por fora a única novidade eram os pára-choques na cor preta.

O sucessor: os LTI TX I e II vêm com motores Nissan ou Ford e atendem a novas normas
de segurança, mas procuram identificar-se com o estilo charmoso do clássico inglês

Em 1987 o Black Cab recebia a denominação Fairway e o motor 2.700 da Nissan, a diesel. Foram produzidas 7.000 unidades, sendo que 2.000 tiveram suas poltronas adaptadas para receber passageiros portadores de deficiência física. Suas portas tinham melhor acesso para eles. A suspensão traseira recebia melhoramentos. Dois anos depois a grade do radiador podia vir com acabamento na cor bronze, prata e ouro. Ficava ainda mais charmoso. Em média esses táxis rodavam 65.000 milhas por ano, por volta de 108.000 quilômetros. 

Foi fabricado até 1997 e substituído pelo LTI TX I, que é pouco mais "moderno" (há a versão TX II, com motor Ford em vez de Nissan). O FX4 não passaria mais pelas normas de segurança mais rigorosas adotadas. Em Paris ele serve até hoje como carro-propaganda de uma grife famosa de roupas. Na Austrália, uma agência enfeita os modelos a caráter para levar os noivos até a igreja. Os usados são bem cotados e vendidos para particulares em toda a Europa. O carro é ainda um orgulho britânico. 

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