Trabant,
o símbolo de um
O
carrinho de plástico produzido por décadas |
Quando os ventos da mudança sopraram naquele 9 de novembro de 1989, não apenas Berlim seria diferente, mas todo o mundo.
Naquele dia milhares de berlinenses uniram-se no muro onde ainda vigorava a ordem de atirar para matar em quem se aproximasse, e juntos derrubaram aquele que, chamado muro da vergonha,
fora o símbolo da guerra fria. A crise da DDR (Deutsche Demokratische
Republik ou República Democrática Alemã) chegava a seu ápice. Manifestações gigantes em Leipzig e Berlim reclamavam transformações no regime e um novo código de viagem. |
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P50: o primeiro Trabant,
produzido de 1957 a 1962 com um modesto motor de 500 cm3. Mas o estilo
mudou pouco até os últimos dias do P601, na foto do alto |
Naquele 9 de novembro o Politburo anunciou finalmente o novo código que permitia que os cidadãos viajassem livremente. A ordem só valeria para o dia seguinte, mas os berlinenses não agüentaram esperar. Naquele dia, caía o muro que durante 28 anos separara não só uma cidade, mas famílias e amigos, que finalmente podiam se reencontrar. Era o começo do fim da
DDR, que havia comemorado seu quadragésimo aniversário. |
Carroceria de
plástico, dois cilindros, dois tempos, refrigeração a ar: mesmo com
os "avanços" do modelo P601, o Trabi -- como ficou
conhecido -- era um carro popular de extrema simplicidade |
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O regime socialista considerava o automóvel mero meio de transporte, e
o carro particular, coisa do sistema capitalista. Os mesmos argumentos
foram usados para frear o desenvolvimento de novos produtos -- como uma versão a diesel e um
hatchback com motor a quatro tempos, projetado em cooperação com a Skoda, que nunca vingaram. |
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Além do
pequeno sedã era oferecida uma perua de três portas apenas, a
Universal, com a mesma mecânica |
O plástico, similar à fibra-de-vidro mas de fabricação mais barata e viável para larga escala, não era reciclável, o que criaria um problema nos anos 90: como eliminar as velhas carrocerias abandonadas. A solução foi um fungo capaz de consumir o material.
Em 1962 vinha a primeira evolução, o P60, com motor ampliado para 594 cm3. Dois anos depois chegava o P601, com alterações apenas estéticas na dianteira e na traseira, que o tornavam mais retilíneo.
Continua |
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